EUA chegaram a oferecer US$ 25 milhões por informações do terrorista
UOL Notícias
O secretário de Imprensa da Casa Branca, Jay Carney, afirmou nesta segunda-feira (9) que ninguém vai receber os US$ 25 milhões de recompensa por informações que levassem à captura do terrorista Osama bin Laden.
“Que eu saiba, ninguém nos disse ‘viu, Osama bin Laden está aqui em Abbottabad’”, disse Carney, em entrevista coletiva.
O secretário também explicou que a recompensa não é paga a alguém que, acidentalmente, forneça a informação necessária à captura de um procurado por meio do serviço de inteligência.
Em 2001, o Departamento de Estado estabeleceu a recompensa de US$ 25 milhões para quem informasse algo sobre o paradeiro de Bin Laden.
Pelo menos um homem viajou ao Paquistão para conseguir embolsar o dinheiro. Gary Brooks Falkner, de 51 anos, foi até o país apenas para procurar Bin Laden.
Dois deputados nova-iorquinos sugeriram que o dinheiro da recompensa poderia ir para os sobreviventes dos ataques terroristas de 11 de setembro e para a família das vítimas. Os democratas Anthony Weiner e Jerry Nadler já apresentaram o projeto de lei, que aguarda aprovação.
EUA não pedem desculpas ao Paquistão
Os Estados Unidos recusaram-se nesta segunda-feira (9) a pedir desculpas pela operação que abateu Osama Bin Laden no Paquistão, após Islamabab afirmar que haverá retaliações, caso a violação de sua soberania territorial se repita no futuro.
Em meio a uma profunda crise entre os dois parceiros, Washington pressionou para ter acesso às três viúvas do líder da Al-Qaeda, que acredita que possam ter informações valiosas sobre os movimentos de Bin Laden ou do grupo terrorista.
Em mais um sinal da tensão referente ao ataque secreto realizado na semana passada em Abbottabad, o jornal New York Times afirmou, por sua vez, que as autoridades paquistanesas retaliaram ao divulgar para a imprensa o nome do chefe da CIA em Islamabad.
O primeiro-ministro do Paquistão, Yousuf Raza Gilani, sob intensa pressão doméstica devido à falha de seu país em detectar a invasão de forças especiais americanas, acusou os EUA de "unilateralismo" e advertiu contra qualquer ação futura.
Ele também insistiu que o Paquistão se reserva o direito de "retaliar com força total", embora não tenha explicitado o que será feito se o presidente americano, Barack Obama, ordenar outro ataque contraterrorista de forma unilateral.
Mas, na Casa Branca, o secretário de Imprensa Jay Carney disse que Obama estava convencido de que tinha feito a coisa certa pelo envio de forças especiais na calada da noite em um ataque em que Bin Laden foi morto em seu esconderijo paquistanês.
"Obviamente levamos as declarações e as preocupações do governo paquistanês a sério, mas também não pedimos desculpas pela ação que nós tomamos, que o presidente tomou", disse Carney.
"Em sua mente não havia sombra de dúvida de que ele tinha o direito e o dever de fazer isso", disse Carney, alertando que Obama se reserva o direito de agir novamente contra líderes terroristas no Paquistão, se necessário.
Mas, a relação dos EUA com o Paquistão - que tem gozado de centenas de milhões de dólares de ajuda americana - afundando na crise, Carney ressaltou que os laços com Islamabad foram "muito importantes" para Washington.
"Nossa necessidade de cooperação continua sendo muito importante", disse Carney, acrescentando que Washington está conduzindo uma investigação completa utilizando os documentos apreendidos na casa de Bin Laden para avaliar o sistema de apoio da Al-Qaeda no Paquistão.
Carney repetiu a afirmação feita por seus superiores de que até agora não há razão para suspeitar de que altos funcionários do governo paquistanês sabiam que Bin Laden estava escondido na cidade, possivelmente por anos.
No Departamento de Estado, o porta-voz Mark Toner afirmou que a cooperação entre o Paquistão e Washington trouxe "resultados tangíveis" por uma década, mas admitiu que os dois lados não se veem sempre "olho-no-olho".
O Times afirma que pela segunda vez em cinco meses as autoridades do Paquistão divulgaram o nome do chefe da CIA em Islamabad, insinuando uma azedamento das relações entre espiões americanos e o Serviço de Inteligência do Paquistão (ISI).
Mas uma autoridade dos EUA afirmou que a Agência Central de Inteligência (CIA) não tem planos de retirar o seu principal espião de Islamabad após seu nome ser supostamente divulgado em um jornal paquistanês.
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