O clima ajudou a cidade a realizar mais uma edição de sua festa mais tradicional, que teve mais de 80 mil espectadores
Gabriela Martins, Araraquara.com
Foto: Moisés Schini
O clima ajudou e mais de 80 mil pessoas puderam acompanhar de perto a 63ª edição da Festa de Corpus Christi de Matão. Moradores da cidade e turistas fotografaram, admiraram, rezaram e até levaram um pouco da festa para a casa.
Após meses de preparação, pensando nos desenhos, moldando as armações de ferro usadas como molde e tingindo toda a dolomita, os mais de 600 voluntários montaram seus tapetes decorativos durante a madrugada, até as 10 horas da quinta-feira.
Antes mesmo da decoração das ruas estar completa, os primeiros turistas já chegavam à cidade e acompanhavam atentamente cada detalhe.
A doméstica Aparecida Cleide Rezende, de 63 anos, é moradora de Ribeirão Preto e chegou às 8 horas para não perder nenhum detalhe da festa. "Há cinco anos venho. Gosto de acompanhar tudo, da finalização dos trabalhos até a procissão. Quando diz respeito a essa festa vale a pena tudo, até mesmo o cansaço que bate no final do dia. Quero voltar por muitos outros anos", conta Aparecida, que elegeu a imagem de Nossa Senhora Aparecida como a mais bonita dentre todos os tapetes. "A Nossa Senhora está maravilhosa. Mãe é mãe", exclamou.
Como muitos, a doméstica Jandira Barreto Lourenço, 51, de Araraquara, pegou uma garrafinha de dolomita, produto usado nos desenhos, para guardar em casa. "Vim para cá com toda a família, pelo segundo ano consecutivo. Quero ter comigo a lembrança desse dia tão especial."
Para a estudante matonense Juliana da Silva, 25 anos, que acompanha a festa desde bebê, ela vem crescendo anualmente, assim como o número de turistas. "Neste dia, a cidade fica muito movimentada. Para nós, isso é ótimo. Afinal, é uma oportunidade que as pessoas têm de conhecer nossa cidade."
Lembranças
Nem sempre a festa foi tão grande assim. O aposentado Valdir Falconi, 74 anos, lembra-se bem de seu início, com poucos participantes, na década de 50. "Quando comecei a ajudar, em 1951, a festa era pequena, simples. Os desenhos eram feitos, basicamente, de folhas e café. Agora, com toda a divulgação e desenhos cada vez mais detalhados, os tapetes vêm atraindo um grande volume de pessoas nesse dia de festa para a igreja", recorda.
Evento cresceu e serviços foram ampliados
Se a festa de Corpus Christi em Matão cresceu, os serviços prestados durante o evento não ficaram para trás. A festa religiosa traz ainda benefícios para a economia e as instituições beneficentes da cidade. O volume alto de turistas é atraído também pelas barracas de comida, restaurantes que ficaram abertos durante todo o dia, além das diversas barracas de doces e brinquedos para as crianças. A festa foi ainda a oportunidade perfeita dos artesãos da cidade exporem suas peças e mostrarem seus trabalhos, desde a pintura até guardanapos bordados.
Para alguns, toda a organização ainda foi insuficiente. "Nós nos organizamos e decidimos o que cada entidade iria vender. Mas, por volta das 15 horas, meus 400 salgados já haviam acabado, assim como a cerveja e o refrigerante. Além disso, entramos agora na última panela de cuscuz. A nossa venda começou às 8 horas da manhã e no final da tarde precisamos reabastecer tudo para que não faltasse. Mesmo fazendo uma quantidade maior que do ano passado, não foi suficiente", conta o vice-presidente da Adevima, José Dercino Bertolaia.
Voluntariado
O secretário de Turismo de Matão, Wilson Cardoso, começou a trabalhar ainda na madrugada. Logo às 2h30, ele se juntou aos voluntários para limpar as ruas, fazer as demarcações, levar a dolomita e as armações para então começar a desenhar os tapetes. "A festa para nós começou de madrugada e terminou apenas no final da noite. Mas o clima está muito mais agradável que nos anos anteriores, favorecendo a presença do público."
Nenhum comentário:
Postar um comentário