Moeda terminou o dia vendida a R$ 1,538, em baixa de 0,35%
G1 com Reuters
A atuação agressiva do Banco Central ajudou a limitar a queda do dólar em relação ao real nesta terça-feira (26), mas a moeda norte-americana continuou nos menores níveis em mais de 12 anos em meio ao impasse sobre a dívida dos Estados Unidos.
No sexto dia seguido de baixa, a moeda fechou vendida a R$ 1,538, em baixa de 0,35%. Na mínima do dia, o dólar chegou a ter queda de cerca de 1%, a R$ 1,5284. A taxa Ptax, usada como referência para contratos futuros e outros derivativos, fechou a R$ 1,5345 para venda, em queda de 0,67%.
Embora agrade aos consumidores e turistas brasileiros que podem gastar mais nas compras em viagens para o exterior com o dólar barato, a acentuada desvalorização da moeda americana em relação ao real prejudica os exportadores, que passam a ganhar menos nas vendas para outros países.
Nesta terça-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que a guerra cambial entre os países não vai “derrotar” o Brasil.
Segundo ele, o governo vai intensificar a defesa comercial do país para evitar que o mercado nacional seja ocupado por produtos importados, mais baratos devido à desvalorização do dólar.
Ação do BC
Em resposta, o BC fez dois leilões de compra de dólares à vista e dois leilões de compra a termo. Com quatro intervenções, foi o dia mais intenso desde 1º de abril, quando o BC fez três leilões à vista e um de swap cambial reverso.
Nos leilões de swap cambial reverso, o Banco Central vende contratos a preços futuros, com preços baseados na variação da cotação do dólar.
Em geral, o dólar sobe quando o BC realiza esses leilões, porque funciona como se o BC "enxugasse" o excesso de moedas que há no mercado. É como se mais pessoas estivessem comprando a moeda americana.
O BC ainda anunciou uma pesquisa de demanda para a possível realização de um leilão de swap reverso na quarta-feira, mas operadores consideravam a hipótese de que a operação somente tenha a intenção de rolar cerca de US$ 1,3 bilhão de contratos em vencimento em 1º de agosto.
A intervenção do BC "tirou o apetite do pessoal empolgado na venda", disse o operador de câmbio de uma corretora em São Paulo, que preferiu não ser identificado.
O operador de um banco nacional, no entanto, relativizou um pouco o papel do BC: "não daria 100% de peso (na sustentação do dólar em R$ 1,53) para o BC. Acho que caiu muito, e é natural nesse momento ter uma realização. O BC está atuando como um moderador. Mas mudar a tendência, ele não vai", completou.
A queda do dólar foi menos intensa no Brasil do que no resto do mundo. Em relação a uma cesta com as principais divisas, o dólar tinha baixa de 0,78%, com mínima recorde ante o franco suíço. A preocupação é maior por causa da possibilidade de um calote dos Estados Unidos na próxima semana ou, mais provável, uma redução da nota da dívida do país.
Entrada de dólares
Mais cedo, o Banco Central informou que o ingresso de dólares na economia brasileira somou US$ 750 milhões na semana passada. Com isso, no acumulado do ano, a entrada de dólares na economia brasileira chegou à marca dos US$ 50 bilhões.
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