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O que, realmente, queremos para Ribeirão Bonito?

Marcel Rofeal*

Aproximando-nos de mais um pleito municipal, somos bombardeados com todo quanto é tipo de promessas, idéias, propostas e outras coisas que nos levariam a benfeitorias pessoais, momentâneas, mas poucas são as coisas que, de fato, nos levariam a um progresso comunitário e constante. Refletindo sobre o que poderia dizer no artigo desta semana, fui tomado por um pensamento, ou melhor, por um questionamento que deveríamos fazer nesse momento: o que queremos para nossa cidade?

Estamos com diversas obras de grande importância em andamento na nossa cidade: duas unidades de educação infantil, uma estação de tratamento de esgoto, um condomínio residencial de alto padrão... Também temos projetos grandiosos que podem sair em breve: uma escola de ensino fundamental, um centro cultural, uma barragem, um conjunto habitacional... Mas qual é a carência de nossos moradores? Do que a população ribeirão-bonitense mais se queixa nos últimos anos? É falta de emprego!

Não há dúvidas de que os maiores prejudicados por essa ausência de oportunidades são os jovens. Os mais novos filhos de Ribeirão Bonito são obrigados a deixar a cidade, fugir para grandes centros – como São Carlos e Araraquara – em busca de ensino profissionalizante ou curso superior, além, é claro, de emprego. Nossos conterrâneos são obrigados a, às vezes, ficarem longe de suas famílias e expostos a diversas dificuldades que poderiam não existir, caso houvesse um atrativo na terra natal.

Os jovens se queixam da falta de opções em nosso município, o que já foi apresentado em diversas audiências, reuniões, palestras, discussões etc. Não sou eu que estou dizendo, mas é de público. Muitos arriscam a dizer que Ribeirão Bonito parou no tempo, o que eu discordo em termos. Avançamos, sim, principalmente em cidadania e infra-estrutura, mas regredimos, infelizmente, em opções de lazer e entretenimento, e, principalmente, educação profissionalizante e superior, e emprego aos nossos jovens.

Todo e qualquer tipo de esforço para alavancar o comércio e a indústria de Ribeirão Bonito é louvável, apesar de muitos ainda afirmarem “não valer a pena”, mas eu ainda acredito nessa cidade, e não sou o único, pelo que vejo. Sei das dificuldades de nossa população e conheço as metas e objetivos da administração e dos administradores, mas não vejo ações eficazes que possam atrair empresas a se instalarem em nossa cidade, uma pena. Devemos pensar conforme a realidade da cidade, sem fantasias.

De tal modo, o que queremos para Ribeirão Bonito? Evolução na formação de novos cidadãos de bem, proporcionando-lhes cursos profissionalizantes e, principalmente, emprego – com novas indústrias sendo atraídas ao município, ou deixá-los a mercê de uma banalização constante das drogas, que vem destruindo lares em diversas regiões do planeta e até mesmo em nossa comunidade? Precisamos rever alguns conceitos e deixar certos egoísmos de lado. Com o progresso da cidade, todos nós progrediremos. Acreditem!

Divagando...

Na semana passada, cobrei informações do processo administrativo que corre no Executivo e da Comissão Especial de Investigação (CEI) instaurada na Câmara Municipal. Pois bem! Por parte do Executivo, nada sobre os trabalhos da sindicância. Já no Legislativo, foi apresentado requerimento pedindo prorrogação de 90 dias para a conclusão dos trabalhos e apresentação do relatório final, alegando “complexidade do assunto”. Há divisão entre a população: estariam aguardando a passagem do tempo ou investigando mesmo?

*Marcel Rofeal é colaborador do jornal “Correio D’Oeste”, redator do jornal “Agosto” e responsável pelo “Blog Marcel Rofeal – BMR”.