Renúncia de Sérgio Buzzá completa dez anos

Ex-prefeito foi acusado de desviar cerca de R$ 1 mi da merenda escolar

Marcel Rofeal, da Redação

Foto: Reprodução

Há exatamente 10 anos, Ribeirão Bonito assistia à queda do primeiro prefeito acusado de desvio de verbas públicas. Cerca de 20 dias depois de ser afastado do cargo pela Justiça, Antônio Sérgio Mello Buzzá apresentou a carta de renúncia no dia 24 de abril de 2002, às 16 horas, na Câmara Municipal, onde era alvo de uma CP. Buzzá teve os direitos políticos cassados pelo Legislativo em junho e acabou preso pela Polícia Civil dois meses depois, em Rondônia.

Os indícios de irregularidades no governo Sérgio Buzzá foram apontados através de cartas anônimas à organização não governamental Amarribo – Amigos Associados de Ribeirão Bonito – em meados de 2001, no primeiro ano de seu segundo mandato. A entidade, então, passou a investigar as denúncias e as encaminhou ao Ministério Público, que decidiu instaurar inquérito civil, e à Câmara, que decidiu pela instalação de uma comissão especial de inquérito.

Buzzá foi acusado de desviar cerca de R$ 1 milhão dos cofres públicos em verbas que eram destinadas à merenda escolar e pelo superfaturamento de serviços hidráulicos, elétricos e a compra de combustíveis. Mobilizada, a população saiu às ruas em um panelaço, chamou a atenção da imprensa nacional e pressionou o Legislativo – à época com 13 representantes – que, em sua maioria, era favorável ao chefe do Executivo.

Natural de Tabatinga, Antônio Sérgio Mello Buzzá já havia ocupado cargos públicos em Ribeirão Bonito. Entre 1983 e 1988, exerceu as funções de vereador, chegando à presidência da Câmara em 1985. De 1989 a 1992, foi prefeito pela primeira vez. Após a renúncia, em abril de 2002, teve a prisão decretada pela Justiça e fugiu para Chupinguaia (RO), onde foi capturado pela Polícia Civil em agosto do mesmo ano, após reportagem da Rede Globo. Buzzá ainda responde a processos judiciais.