Denúncia de possíveis irregularidades foi
considerada sem fundamento
Marcel Rofeal, de Ribeirão Bonito
Fotos: Marcel
Rofeal/BMR
A Câmara de Ribeirão
Bonito decidiu instaurar uma Comissão de Assuntos Relevantes para investigar
possíveis irregularidades na construção da Escola Prefeito Rubens Gayoso Júnior
e a Prefeitura abriu as portas do prédio para vistoria na manhã desta terça-feira
(11). Estas foram as medidas anunciadas em audiência pública promovida pelo
Legislativo na noite da última segunda-feira (10) após o Conseg apresentar uma
denúncia anônima apontando falhas.
O conteúdo do texto,
enviado ao Conselho Comunitário de Segurança e colocado à tona no dia 13 de
janeiro, indica que o prédio foi construído em um buraco, sobre um tanque de
água e que, mesmo sem estar concluída, já precisa passar por reformas. O
denunciante ainda afirma que calhas estão amassadas, o esgoto não sairá por
gravidade, o reboco está caindo e os condutores de água estão fora de prumo e
sem braçadeiras, além da falta de alguém responsável pela obra.
Para a presidente do
Conseg, Maria José dos Santos Prior, não cabe ao conselho fiscalizar o destino
do dinheiro público e, por esta razão, a denúncia foi enviada aos órgãos
fiscalizadores. “Eu acho que fiz a minha parte. Encaminhei para vocês
[vereadores], encaminhei para a Prefeitura, encaminhei para os órgãos que achei
necessário, os órgãos competentes para recebê-la”, disse Maria José. “Espero
que essa Casa possa tomar as providências necessárias”, concluiu.
Na noite desta
segunda, cerca de 30 pessoas, entre representantes do Executivo e seis
vereadores, se reuniram para discutir o assunto no Plenário Vereador Emygdio
Lucato. Segundo o presidente da Câmara, vereador Dimas Tadeu Lima (PT), todas
as autoridades do município e representantes dos órgãos de fiscalização foram
convidados. Lima declarou que, enquanto presidir o Legislativo, todas as
denúncias que chegarem à Casa serão analisadas, pois é o papel dos
parlamentares.
Representado pelos
diretores de Administração, vereador licenciado Marcelo Antonio Lollato, de
Obras e Engenharia, Cristiane Celestino Marcatto, de Compras e Licitações,
Danilo Elias, e de Educação, Maria Terezinha Sartorelli Manieri, além da
assessora de Compras e Licitações, Nádia Bressan Biruel, o Executivo declarou
que mais de 88% dos trabalhos estão concluídos, que a obra segue o cronograma normal
e que deve ser finalizada até o fim deste ano.
Segundo o diretor
Marcelo Lollato, está em execução a terraplanagem no em torno do prédio. Ainda
de acordo com Lollato, houve apreensão com a expectativa de chuvas, mas as
condições climáticas favoráveis permitiram o início da limpeza do terreno no
início do ano. Já de acordo com Cristiane, a construtora responsável não
interrompeu as obras, mas aguarda a execução da terraplanagem pela Prefeitura
para retomar o serviço, com pavimentação externa e instalação de alambrados.
Diante dos
apontamentos na denúncia, a arquiteta afirma que havia duas opções para a
construção da escola: o rebaixamento do terreno ou um talude de 10 metros no
leito do rio – o que se tornaria inviável devido à necessidade de autorização
da Cetesb, que poderia levar no mínimo seis meses. Já com relação ao solo, ela
afirma que houve drenagem e impermeabilização com tubos com pedras, areia e
terra para evitar o risco de alagamento em caso de fortes chuvas.
A respeito das
calhas, Cristiane confirmou que estão amassadas, mas disse que devem ser trocadas
pela empresa antes da entrega da obra. Com relação ao esgoto, foi feito um
estudo topográfico e o sistema já foi canalizado, mas aguarda a construção do
emissário para condução até a Estação de Tratamento de Esgoto. Para ela, o
denunciante talvez se refira às juntas de dilatação, que são trincas previstas
pela Engenharia, quando aponta que o reboco está caindo.
Orçada em cerca de R$
6,5 milhões, a obra passou por uma série de imprevistos e o contrato deve
sofrer um novo aditamento. A previsão de entrega inicial era de um ano, contado
a partir do início da obra em 2012, mas acabou estendido para o dia 25 de
fevereiro de 2013. Até o final do ano passado, a previsão era de conclusão para
o próximo dia 24, o que não deve ocorrer. Ainda no fim do ano, o Executivo
previa a inauguração para o próximo dia 5 de março, no aniversário da cidade.
Logo após a
audiência, o presidente da Câmara reuniu os vereadores presentes para a
assinatura de um requerimento que deve ser apresentado na próxima sessão
ordinária, marcada para segunda-feira (17), pedindo a instauração de uma
Comissão de Assuntos Relevantes. Dimas ainda declarou que deve contratar
profissionais paralelos para o acompanhamento da obra e para a apresentação de
laudos que deverão ser confrontados com os emitidos pela Prefeitura.
Já na manhã desta
terça-feira (11), a Prefeitura de Ribeirão Bonito abriu as portas da nova
escola para moradores e para a imprensa. O diretor de Administração, Marcelo Lollato,
e a diretora de Obras e Engenharia, Cristiane Celestino, acompanharam a visita
e apresentaram o prédio, apontando todos os pontos indicados pela denúncia e
esclarecidos na audiência da noite anterior. Para quem esteve nas dependências
da nova escola, a denúncia não possui qualquer fundamento.
Amarribo - Em ofício,
lido durante a audiência, a Oscip Amarribo Brasil se pronunciou sobre o caso.
Segundo a entidade, qualquer discussão sobre a localização da escola é sem
sentido no momento. Sobre o esgoto, o documento afirma que as informações foram
esclarecidas junto à administração e que seria “prematuro” dizer que o esgoto
não sairia por gravidade. Sobre fiscalização, a Amarribo destacou que a
Prefeitura assume a responsabilidade pelo acompanhamento.
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