Projeto foi discutido em reunião e deve ser
aplicado a partir de outubro
Marcel Rofeal, de Ribeirão Bonito
Foto: Marcel Rofeal/BMR
Um projeto
apresentado na noite desta segunda-feira (15) em reunião na 2ª Companhia do 38°
Batalhão da Polícia Militar de Ribeirão Bonito a representantes de diferentes
setores da sociedade deve atender a uma determinação da Justiça para
responsabilizar pais ou tutores de menores infratores pelos atos cometidos
pelas crianças e adolescentes da cidade. O curso dura nove semanas, está
embasado no artigo 129 do Estatuto da Criança e do Adolescente.
De acordo com o
capitão PM Paulo Roberto Nucci Júnior, comandante da 2ª Companhia, o programa
não seria a solução do problema em si, que é o grande número de menores
envolvidos com o crime na cidade, mas uma alternativa na recuperação deles.
Segundo ele, a expectativa é resgatar menores com potencial periculosidade e
evitar que outros venham a se tornar criminosos. Para ele, não será uma punição
aos pais ou responsáveis, mas uma orientação no acompanhamento dos menores.
O programa, previsto
no inciso IV do artigo 129 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), terá
o envolvimento de diversos setores, cada um com suas responsabilidades, sendo os
principais: a Prefeitura Municipal; as Polícias Civil e Militar; o Ministério
Público; o Poder Judiciário; o Conselho Tutelar; e o Conselho Comunitário de
Segurança. Ainda de acordo com o capitão Nucci, em Batatais o mesmo programa
resultou na redução em 80% dos atos praticados por menores infratores.
A sistemática do
programa seria assim: o Ministério Público solicita à Justiça a participação
dos pais ou responsáveis pelo adolescente infrator em curso de orientação
educacional como medida de caráter preventivo e protetivo, mas não punitivo; o
Poder Judiciário, por sua vez, emite sentença e determina a participação
obrigatória, sob pena de condução coercitiva e eventual enquadramento no crime
de desobediência. A participação do menor no curso será sugerida.
Para o Conselho Tutelar,
caberia o acompanhamento das palestras e o controle da frequência dos pais ou
responsáveis, informando ao Poder Judiciário no dia seguinte à palestra a
relação de quem não compareceu. As polícias terão o papel de colaborar com as
palestras e auxiliar, se necessário, no acompanhamento dos oficiais de Justiça
em caso de crime de desobediência e na condução dos pais ou responsáveis à
Delegacia de Polícia. À Prefeitura, cabe ceder o espaço para o curso.
Serão nove semanas de
curso com duração de 1h30, às terças-feiras das 19h30 às 21h, segundo o
cronograma proposto. O início do primeiro curso, que deve ser proferido na
Escola Prof.ª Lélia Cecília Torrezan Galdino Lucato, deve acontecer no dia 7 de
outubro, quando o tema abordado será “Responsabilidade dos pais na redução da
violência e criminalidade”, cujo palestrante será alguém da própria Polícia
Militar; a princípio, o capitão Nucci deve abrir o ciclo de palestras.
Temas abordados:
“Relação dos pais com
os professores e importância de um ambiente familiar saudável”; “Como
reconhecer um filho drogado e evitar que um filho entre no mundo das drogas”; “Relação
Pais e Filhos e responsabilidade civil e penal dos pais pelos filhos”; “Estrutura
do Sistema Penal e Carcerário Brasileiro (cadeias públicas, Fundação Casa e
penitenciárias)”; “Prevenção de gravidez e controle responsável de natalidade,
Doenças Sexualmente Transmissíveis”; “Cuidados com o recém-nascido e influência
das drogas na saúde das crianças”; “Planejamento econômico familiar: como
gastar o que se ganha sem ficar endividado”; “Violência doméstica –
consequências penais, sociais e psicológicas na estrutura familiar”.
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