Matéria foi alvo de denúncia no Ministério Público
Estadual da Comarca
Marcel Rofeal, de Ribeirão Bonito
Fotos: Arquivo/BMR
Por unanimidade, a
Câmara de Ribeirão Bonito rejeitou na noite desta segunda-feira (1) o projeto
do Executivo que previa a criação de cargos públicos para a Casa Abrigo, uma
instituição que acolhe os menores em situação de vulnerabilidade.
De acordo com os parlamentares, a Prefeitura já realizou um processo seletivo
para a contratação de cinco profissionais sem a votação da matéria e o assunto
foi levado ao conhecimento do Ministério Público Estadual na Comarca.
O projeto de lei
030/2014 foi redigido em 15 de maio deste ano, mas chegou à Casa apenas um mês
depois, em 16 de junho, quando o Legislativo se reuniu pela última vez antes do
recesso. Sem o pedido de urgência na análise, o texto permaneceu em pauta na
Câmara e só voltou a ser discutido no dia 4 de agosto, quando os vereadores
encerraram o recesso, mesmo dia em que a Prefeitura promoveu um processo
seletivo emergencial para a contratação de cinco profissionais.
Segundo a
administração, o processo tinha por objetivo contratar temporariamente, pelo
prazo de 120 dias, quatro cuidadores e um coordenador para a Casa Abrigo, em
atendimento a um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) assinado pela Prefeitura
de Ribeirão Bonito junto ao Ministério Público da Comarca. Após uma semana de
inscrições, os selecionados passaram por uma avaliação na manhã do dia 4 de
agosto e os classificados foram divulgados na tarde da terça (5).
Logo na primeira
sessão após o seletivo, os vereadores questionaram a realização do processo
antes de o projeto ser lido no plenário, o que aconteceu na noite do dia 4 de
agosto. Duas semanas depois, na sessão do último dia 18, os parlamentares
voltaram a discutir o assunto e pediram que a matéria permanecesse em pauta
para esclarecimentos. Nesta segunda-feira (1), o tema enfim foi levado ao
plenário para avaliação dos parlamentares e acabou rejeitado por unanimidade.
Com base no processo,
o presidente da Câmara Dimas Tadeu Lima (PT) afirmou que uma Ação Popular
foi movida no Ministério Público na Comarca para apurar possíveis
irregularidades no caso. Segundo ele, que considerou incompetente a assessoria
jurídica da Prefeitura, o prefeito pode até ser preso se não mudar cargos de
confiança. O vereador Luiz Marcelino dos Santos Pallone (PSB) disse que não é
contrário à proposta, mas à contratação sem a aprovação dos novos cargos.
De acordo com a
Prefeitura de Ribeirão Bonito, que confirmou a ação movida no Ministério
Público, a denúncia foi acompanhada de uma liminar pedindo a suspensão do
seletivo, o que teria sido negado pela Justiça. Ainda segundo o Executivo, o
processo emergencial foi promovido devido a exigências da própria Justiça para
o acolhimento de mais cinco menores em situação de risco na Casa Abrigo, que já
atendia uma menor. Os cinco contratos devem ser rescindidos.
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