Dia de Campo promoveu instalação de unidade biodigestora
na cidade
Marcel Rofeal, de Ribeirão Bonito
Fotos: Marcel
Rofeal/BMR
Proprietários rurais,
agricultores e rotarianos de Ribeirão Bonito se reuniram na manhã desta
sexta-feira (19) em uma propriedade rural do município para um Dia de Campo, em
parceria entre o Rotary Club de Ribeirão Bonito e a Embrapa Instrumentação de
São Carlos, que promoveu a instalação de uma unidade demonstrativa da Fossa
Séptica Biodigestora. O evento teve a presença da governadora do
Distrito 4540 do Rotary Club, Maria Augusta Freitas Carvalho.
Era por volta das
9h30 quando a reunião foi aberta pelo presidente do Rotary Club de Ribeirão
Bonito, Fábio Rohrer Zeraik. Na sequência, os presentes assistiram a uma
palestra sobre Saneamento Básico Rural com o pesquisador Wilson Tadeu Lopes da
Silva, que explicou sobre as alternativas de reciclagem do esgoto das
propriedades rurais de forma a reduzir a poluição do meio ambiente e de
reaproveitamento para a fertilização de plantações, que ajuda, ainda, na produção.
Segundo Silva, 15% da
população brasileira vivem em propriedades rurais, o que representa em torno de
29,3 milhões de pessoas. Desta parcela, aproximadamente 41% ainda são adeptos
da fossa rudimentar, também conhecida como fossa negra, e apenas 24% já possuem
uma rede coletora ou fossa séptica, que é considerado o destino mais adequado
para o esgoto sanitário. A nova tecnologia entrou em estudos no ano 2000 e já
possui mais de 6000 unidades em todo o país.
Após uma explicação
sobre sistema de clorar a água para o abastecimento residencial rural, fossa
séptica biodigestora e área alagada, houve uma explanação prática com a
instalação da primeira unidade demonstrativa do município. Com um investimento
de pouco mais de R$ 1,5 mil, houve a implantação de três reservatórios de água
em desnível para o tratamento do esgoto sanitário e posterior fertilização de
uma plantação na Fazenda São José, da Família Zeraik.
Um sistema básico,
para uma propriedade com até cinco moradores, é composto por três reservatórios
de mil litros, cada, facilmente encontrados em depósitos de materiais para
construção. O processo trata apenas esgoto do vaso sanitário por meio de
biodigestão anaeróbica e com esterco bovino para inocular microrganismos que
aceleram e melhoram o processo de biodigestão, além de retirar o odor do
sistema. O tratamento dura cerca de 20 dias, mas o efluente não pode ser jogado
em rios, lagos ou lagoas devido ao teor de nutrientes.
De acordo com Silva,
com base nas pesquisas realizadas pela Embrapa, o sistema de biofertilização
tem apresentado resultados excelentes em todas as experiências, o que trouxe
reconhecimento com o prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social em
2003 e Mercocidades em 2011. Entre os benefícios do uso da nova tecnologia
estão maior saúde, preservação ambiental, reciclagem da água e mais dinheiro.
Para os estudos, a Embrapa conta com uma série de parcerias importantes.
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