Matéria gerou polêmica há mais de um mês e motivou
diversos debates
Marcel Rofeal, de Ribeirão Bonito
Fotos: Marcel
Rofeal/BMR
A polêmica em torno
da substituição de professores de Educação Especial por cuidadores na rede
pública municipal de ensino de Ribeirão Bonito pode ter seu último capítulo na
noite desta segunda-feira (22). Em caráter extraordinário, a Câmara deve
analisar os projetos sobre a criação de cargos de Cuidador Escolar e de
professores. As duas matérias são resultado de um desmembramento do projeto de
lei complementar 010/2015, que foi retirado da Casa na semana passada.
De acordo com o
Departamento de Educação de Ribeirão Bonito, a proposta em análise
regularizaria a situação dos profissionais de ensino no município após
indicações do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo que já não aceita as
justificativas apresentadas com relação às rescisões contratuais de professores
todos os anos. Atualmente, profissionais destinados ao acompanhamento de alunos
com necessidades especiais são contratados apenas para um ano letivo após
processo seletivo.
Segundo a diretora do
Departamento de Educação, Maria Terezinha Sartorelli Manieri, com o projeto, o
Município contrataria professores de Educação Básica, que atualmente
desempenham estágio, e cuidadores, com função exclusiva de atender aos alunos
portadores de deficiência. As funções destes cuidadores, segundo Terezinha,
seriam as mesmas desempenhadas, atualmente, pelos professores de Educação
Especial, ou seja, auxiliar o aluno em suas necessidades básicas.
Para os pais dos
alunos, a substituição dos professores com qualificação em Educação Especial
por cuidadores, que segundo eles não teriam qualificação, prejudicaria o
aprendizado dos estudantes. Um grupo de pais procurou o Legislativo, que sediou
duas audiências públicas sobre o tema no fim do mês passado. Ainda segundo os
pais, para a contratação dos cuidadores, o Município deveria exigir, ao menos,
uma especialização no atendimento a alunos com deficiência.
Ainda de acordo com o
Departamento de Educação, seriam nove cuidadores que atenderiam a todos os
alunos com deficiência do município, sob orientação de um professor destinado à
Sala de Recurso da escola, um espaço exclusivo para trabalhar a deficiência
específica de cada aluno – a proposta é implantar a sala em todas as escolas do
município. De acordo com o texto original, seriam criados mais 21 cargos e
vagas no quadro do magistério público de Ribeirão Bonito.
O projeto foi
encaminhado ao Legislativo em 18 de maio e deveria passar por votação em
plenário na sessão do dia 1 de junho, quando vereadores pediram vistas à
matéria, que foi mantida em pauta. Na sessão do último dia 15, porém, o
projeto, que aí sim passaria por votação, foi retirado da pauta a pedido do
Executivo. De acordo com a Prefeitura, houve a necessidade legal de
desmembramento do texto original por se tratar da criação de cargos com funções
diversas.
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