Expectativa do Orçamento Municipal para 2016 é de
baixa arrecadação
Marcel Rofeal, de Ribeirão Bonito
Fotos: Arquivo/BMR
A Câmara de Ribeirão
Bonito sediou nesta quinta-feira (24) a segunda e última audiência pública do
Executivo para a discussão e elaboração do projeto da Lei Orçamentária Anual
(LOA) para o exercício financeiro de 2016. Segundo a Prefeitura, a expectativa
é de queda na arrecadação do próximo ano e de que os repasses continuem em
baixa. Medidas de economia propostas e adotadas pelo Governo Municipal sofreram
críticas na sessão da última segunda-feira (21).
Na tribuna da Casa,
durante o “Tema Livre”, o vereador José Sebastião Baldan (PMDB), 2° secretário
da Mesa e presidente do partido do prefeito na cidade, levantou a questão dos
cortes das despesas que devem afetar principalmente as áreas de Educação e
Saúde. De acordo com Baldan, o Executivo reduziu o número de viagens para o
transporte de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) para os centros médicos
da região e à suspensão do auxílio concedido a estudantes.
Também da tribuna, o
vereador e vice-presidente da Mesa, Manoelito da Silva Gomes (DEM), voltou a
abordar o assunto e criticou a redução de viagens com pacientes do SUS, mas
propôs a redução dos cargos em comissão na Prefeitura e sugeriu nova reunião
entre os poderes Executivo e Legislativo para “colocar as cartas na mesa”. “Prefeitura
não é banco para guardar dinheiro, o que ganha tem que retornar para a
população, e também não é cabide de empregos”, afirmou exaltado.
Outro que abordou o
assunto durante o “Tema Livre” foi o ex-presidente da Casa, Dimas Tadeu Lima
(PT), em aparte ao vereador Regivaldo Rodrigues da Silva (PSDB), que ocupava a
tribuna. Segundo Dimas, que criticou o Executivo pelo pagamento de nove meses
de aluguel de um prédio no Centro da cidade para abrigar a Ciretran e os
problemas constantes de corte no abastecimento de água nos bairros da cidade, a
área da Saúde no município estaria um caos.
“A Saúde está um
caos, eu trabalho lá. Os carros estão sucateados, não tem nada, não tem
remédio, não tem nada. Sabe o que é nada?”, questionou o parlamentar. Dimas
ainda sugeriu que o Executivo reduza os cargos em comissão e criticou a
administração. “Manda [embora] esses caras que não ‘faz’ m* nenhuma na
prefeitura, esses cargos de confiança aí”, afirmou. O presidente da Câmara
também comentou o assunto e disse que “todos os problemas apontados são reais”.
Marcelo Antonio
Lollato (PMDB) disse estar preocupado com a falta de interlocução entre os
poderes e criticou a falta de representantes do Executivo nas sessões da Câmara.
Diretor de Administração por cerca de um ano na Prefeitura, Lollato disse que
se entregou ao trabalho junto ao Executivo para ser uma ponte entre o prefeito
e os vereadores, mas afirmou que “essa ponte ruiu” após sua saída, e mandou um
recado direto ao chefe do Executivo, Wilson Forte Júnior (PMDB).
“Hoje, prefeito, o
senhor que me perdoe, mas o senhor colhe os frutos”, disse Lollato. “Eu duvido
que em Ribeirão Bonito, não é possível que um “zé mané” que veio de Araraquara
para um sítio, que foi através de uma associação de moradores eleito vereador e
hoje é presidente da Câmara, seja o único iluminado para fazer uma ponte entre
Prefeitura e Câmara”, seguiu. Para o parlamentar, Nenê deveria pessoalmente trabalhar nas relações entre os poderes.
“E digo mais. Se o
senhor não tem ninguém aí, o senhor deveria fazer pessoalmente essa ponte como
político e como detentor e administrador do orçamento”, declarou. Sobre cargos
de confiança, Lollato foi incisivo. “É sabido por todos nós que existem cargos
de confiança em todos os lugares, mas nós somos vereadores de Ribeirão Bonito e
cargo de confiança que ganha salário gordo tem que ser capado sim, já que
estamos vivendo momentos de dificuldade financeira”, concluiu.
Saúde – O Departamento
Municipal de Saúde de Ribeirão Bonito confirmou a redução no número de viagens
para o transporte de pacientes da cidade para centros médicos especializados,
mas afirmou que não houve corte, porém uma reestruturação nas viagens para a
economia de recursos. Segundo a pasta, as medidas de adequação foram adotadas desde
a última segunda-feira (21) e os usuários do sistema de Saúde já haviam sido
orientados a respeito das mudanças.
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