Matéria entrou e saiu da pauta de discussões dos
vereadores na terça
Marcel Rofeal, de Ribeirão Bonito
Fotos: Arquivo/BMR
Uma falha da
assessoria do Poder Legislativo de Ribeirão Bonito provocou a retirada de pauta
da proposta de redução dos subsídios para prefeito, vice-prefeito, presidente
da Câmara e vereadores na noite da última terça-feira (3). A matéria entrou em
tramitação na Casa em sessão ordinária da noite de terça, mas um detalhe quanto
à autoria do projeto, detectado momentos após a leitura no plenário, motivou a
retirada instantânea da pauta de discussões dos parlamentares.
Proposto pelo
vereador e vice-presidente da Câmara, Manoelito da Silva Gomes (DEM), o projeto
de lei visava adequar os valores recebidos mensalmente pelos agentes políticos
do município diante da situação econômica do país e da realidade do município. Segundo
Gomes, outro objetivo do projeto era desfigurar uma imagem de que cargos
eletivos, como o de vereador, sejam empregos, o que atrai candidatos que visam
os “salários”, mas que não tenham interesse real na política em si.
De acordo com o texto
apresentado, os subsídios percebidos pelos vereadores do município teria uma
redução dos atuais R$ 2.148 para R$ 1,2 mil. Já o presidente da Câmara e o
vice-prefeito, que hoje recebem mensalmente R$ 3.278, passariam a receber R$
1,5 mil. O subsídio pago ao chefe do Executivo teria a redução mais
considerável, dos atuais R$ 9.078 para R$ 5 mil. Segundo Manezinho, o texto
chegou ao Legislativo há cerca de um mês para análise da assessoria técnica.
Lido e oficialmente
colocado em pauta na sessão de terça-feira (3), o projeto foi retirado logo
depois, após um alerta do vereador Luiz Marcelino dos Santos Pallone (PSB). De
acordo com o parlamentar, após analisar o Regimento Interno da Casa junto à
assessoria legislativa, propostas de adequação de salários e subsídios devem
ser apresentadas pela Mesa Diretora, e não por um vereador. A notícia
foi comunicada na tribuna pelo presidente da Câmara.
No Tema Livre, Marcelo
Antonio Lollato (PMDB) assumiu o que considerou um “erro esdrúxulo”, pediu
desculpas ao vice-presidente e disse que a proposta deve ser reapresentada em
consenso pela Mesa Diretora. Em aparte, Gomes afirmou estar indignado e com
vergonha pelo ocorrido e se retirou do plenário. Para o presidente da Casa, que
voltou a questionar a competência de cargos concursados, o assessor seria
demitido no dia seguinte se trabalhasse na iniciativa privada.
O primeiro a ocupar a
tribuna na noite da última terça, Manezinho confirmou ter consciência de que os
subsídios recebidos pelos vereadores de Ribeirão Bonito seriam os menores do
Estado, mas ressaltou a importância da redução, que passaria a valer apenas em
2017, diante das dificuldades financeiras do município. “O projeto não é de um
aventureiro ou de um forasteiro”, disse. Gomes deve insistir na reapresentação
da proposta, mas deve encarar resistência entre os colegas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário