Gestantes estão com suspeita de Zika em Ribeirão Bonito

Departamento de Saúde está preocupado com demora em diagnósticos 

Marcel Rofeal*, de Ribeirão Bonito 

Fotos: Reprodução/EPTV

O Departamento Municipal de Saúde de Ribeirão Bonito está preocupado com a incerteza acerca do vírus transmitido pelo mosquito Aedes Aegypti que está em circulação no município. Segundo a pasta, algumas gestantes da cidade apresentam os sintomas do vírus Zika, mas o diagnóstico ainda não foi confirmado devido à demora na emissão dos exames laboratoriais. De acordo com a pasta, já foram notificados ao menos 18 casos suspeitos da doença na cidade.

Segundo o Departamento de Saúde, o Instituto Adolfo Lutz, credenciado na confirmação ou descarte da contaminação, não possui kits suficientes para a realização dos exames, o que provoca a demora no diagnóstico da doença. Para as gestantes com suspeita de Zika Vírus, onde a coleta para o exame deve ocorrer dentro de cinco dias desde os primeiros sintomas da doença, a preocupação é ainda maior, pois existe o risco de a criança em formação contrair a microcefalia.

“Até agora mandamos quatro sorologias, sendo duas de gestantes, e ainda não recebemos os resultados”, disse a coordenadora da Vigilância Epidemiológica do Município, Maria Silvia Lozana Vanucci. Na cidade, mesmo sem a confirmação, o médico já inicia o tratamento à gestante. Para a Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, a demora nos resultados se dá pelo fato de que a quantidade de kits enviados pelo Ministério da Saúde não foi suficiente para atender a demanda.

No município, o Departamento de Saúde adotou um procedimento padrão no atendimento de casos suspeitos. Se o médico considerar o vírus Zika, as enfermeiras incluem as informações na ficha dos pacientes e encaminham os casos à Vigilância Epidemiológica, que comunica o Controle de Vetores. Na Santa Casa, onde é possível fazer o hemograma – exame que descarta ou não a Dengue –, ainda não há como fazer um exame específico para diagnosticar a Zika.

Para a diretora da Saúde, Maria Eliza Lazarini Alboléia, a incerteza do diagnóstico é preocupante, pois impede que as autoridades identifiquem o vírus que circula no município. São três as doenças transmitidas pelo mesmo mosquito: Dengue, Zika Vírus e febre Chikungunya. Mesmo com suspeitas, agentes tem promovido bloqueios pela cidade. “Se tem um caso notificado em uma rua, eles vão, fazem naquela casa e ao redor para ver se não há infestação maior da doença”, explica.

Sintomas – Parecidos com os apresentados pelas vítimas da Dengue, os sintomas do Zika Vírus são um pouco diferentes. Neste caso, há febre, mal-estar, manchas vermelhas na pele, olhos vermelhos e dores nas articulações. “Eu sentia muita dor na nuca e dor nos olhos. Depois fui ao médico, ela me deu uma injeção na veia e os sintomas passaram”, disse a professora Solange Rosa de Moraes, que teve o vírus Zika. Após vermelhidão na pele, a sorologia confirmou a suspeita.

(*) Com informações do G1 São Carlos e Araraquara