Antonio Carlos Caregaro foi à Câmara apresentar a posição
do comércio e garantiu que a categoria está disposta a procurar soluções
Marcel Rofeal, de Ribeirão Bonito
Fotos: Marcel Rofeal/BMR
O presidente da
Associação Comercial e Empresarial de Ribeirão Bonito, Antonio Carlos Caregaro,
foi à tribuna da Câmara na noite da última segunda-feira (4) se pronunciar a
respeito das dificuldades na Guarda Mirim “Joel Rodrigues”. Para o empresário,
que justificou sua ausência em outras reuniões sobre o assunto, o comércio está
disposto a somar nas discussões, sendo necessário achar soluções e não culpados
pela crise. Cerca de 100 pessoas acompanharam a fala.
Caregaro subiu à
tribuna ao término de uma sessão ordinária, na presença dos nove vereadores. De
início, agradeceu à Casa pela receptividade e fez uma breve introdução ao
assunto, mencionando sua passagem pelo Legislativo. “Minha presença aqui, hoje,
é para somar em termo do assunto Guarda Mirim”, iniciou. “Não viemos enfrentar
ninguém, desacatar ninguém, pelo contrário, nós viemos aqui para tentar
esclarecer a posição do comércio”, esclareceu o empresário e ex-vereador.
Segundo ele, que citou
a situação econômica do país, o município enfrenta uma “situação muito pior” há
mais tempo em decorrência do corte nas safras de cana e de laranja, que diminuiu
a presença de migrantes na cidade e, por consequência, reduziu o fluxo no comércio local. “Você põe mil pessoas ganhando em torno de R$ 1,5
mil, esse dinheiro não circula mais em Ribeirão Bonito. Ele era pulverizado no
comércio local e grande parte fora do comércio local”, afirmou.
Nos últimos 12 meses,
segundo Caregaro, o comércio perdeu 20% dos funcionários, mas mantém em torno
de 650 pessoas empregadas em aproximadamente 180 empresas com CNPJ no
município. “Se pôr 180 CNPJ, se tiver dez em cada um, na média, vai dar 1,8 mil
pessoas que sobrevivem disso aí, é enorme. Dentro do município, quando fala em
urbano, é o primeiro empregador”, disse. “Já estamos no limite, segurando os
funcionários que estão empregados”, destacou.
Reconhecendo a
importância do trabalho social da Guarda Mirim para a cidade, o empresário acredita
que “o assunto, talvez, começou de maneira errada e seguiu assim por um bom
tempo”, mas afirmou que “nenhum comércio aqui é contra” a entidade. Caregaro
criticou a forma como a notícia correu pela cidade. “Essa foi a notícia errada,
esse foi o xis da questão: ‘vão fechar a Guarda Mirim’. Então a notícia pegou
errada, ela veio errada, nunca falaram isso”, esclareceu.
Ele justificou sua ausência
em duas reuniões marcadas para discutir o assunto e afirmou que houve três
reuniões entre os comerciantes para abordar a situação. Segundo ele, o comércio
está disposto a somar nas discussões e até a propor ideias. “Uma das coisas que
precisávamos discutir é o valor do Guarda Mirim”, disse. “A gente ouve falar: ‘o
que é 400 reais para um empresário’; mas não é 400 reais, tem os encargos, tem
tudo”, disse. “Por 4h, eles ganham 634 reais”, apontou.
“Nós vamos tentar achar
a saída para isso”, disse o presidente da Acerb. “Esses meninos precisam de uma
oportunidade, lógico que precisam, mas o momento não está deixando a
oportunidade acontecer”, destacou. “Que fique claro, ninguém aqui foi ou vai
ser contra, em hipótese nenhuma, ajudar a Guarda Mirim. Nós estamos prontos a
ajudar ela”, seguiu. “Queremos também o Legislativo junto, o Executivo, a
sociedade, e tentar achar uma saída, não o culpado”, concluiu.
Polêmica – Durante uma
audiência pública realizada na Câmara, no último dia 15 de março, também para
discutir a situação da Guarda Mirim, o vereador Dimas Tadeu Lima (PT) sugeriu
uma campanha para que os moradores deixassem de fazer compras em
estabelecimentos comerciais da cidade que não apoiassem a entidade. “Tem que
mexer no bolso dessa gente”, disse o parlamentar. Ele chegou a cogitar a possibilidade de propor um projeto de lei nesse sentido.
O presidente da
Associação Comercial e Empresarial de Ribeirão Bonito comentou a repercussão da
declaração. “A gente ouviu falar que houve um barulho aqui dentro, que
vereadores falaram de retaliação do comércio. Eu não posso acreditar que isso
foi falado aqui. Eu não acredito nisso”, afirmou Carlos Caregaro. “Só posso
pensar que foi palavra mal interpretada. Nossa turma, nosso pessoal de
empresário, nós não vamos acreditar que isso saiu daqui de dentro”, completou.
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