Ao menos três parlamentares assinaram requerimentos
para instalação de duas Comissões Especiais de Inquérito (CEI) sobre denúncias
Marcel Rofeal, de Ribeirão Bonito
Fotos: Marcel
Rofeal/BMR
A Câmara de Ribeirão
Bonito acolheu, em sessão ordinária da última segunda-feira (3), quatro
denúncias de possíveis irregularidades protocoladas contra o prefeito de
Ribeirão Bonito Francisco José Campaner (PSDB). De acordo com o Legislativo,
três parlamentares já assinaram o requerimento para a abertura de duas
Comissões Especiais de Inquérito (CEI), que devem investigar duas acusações. Na
tribuna, vereadores comentaram o caso e criticaram o Executivo.
Os quatro documentos
foram protocolados por um morador junto à Casa e se referem a irregularidades
na contratação de pessoal para limpeza pública, irregularidades quanto à
ausência de tratamento de água no município, danos financeiros devido a
demissões em massa de funcionários ligados à Saúde e prejuízos aos cofres
públicos por acusações de assédio moral contra servidores públicos durante uma
assembleia sindical. Os casos são alvos de investigações em outras esferas.
Logo após a leitura das
denúncias, o presidente Dimas Tadeu Lima (DEM) destacou que é obrigação do
parlamento tomar providências e disse que buscou orientações junto ao Tribunal
de Contas no fim da semana passada. “Infelizmente tive que escutar do tribunal
que fomos ultrapassados de denúncias, que já tem denúncia no Ministério Público
e que os vereadores tinham que ter tomado uma atitude antes de ter entrado no
Ministério Público”, enfatizou o chefe do Legislativo.
Dimas também afirmou
que confia nos demais parlamentares, anunciou que encaminharia as denúncias ao
Jurídico da Câmara e cobrou um posicionamento dos pares. “Aqui ninguém deve
nada a ninguém, não tem medo de dossiê. Vamos seguir a cartilha da Casa. Vamos
fazer as assinaturas para abrir uma CEI, vamos investigar, é obrigação dos
vereadores, não pode deixar passar batido porque tem denúncia de munícipe e
também da Promotoria”, destacou o presidente.
No tema livre, outros
parlamentares comentaram o assunto. Valdinei de Oliveira (DEM) afirmou que as
denúncias não serão engavetadas ou esquecidas, e negou omissão enquanto
vereador. Tuca, porém, não quis assinar ao requerimento de abertura da CEI.
José Eraldo Chiavoloni (DEM) não comentou as denúncias propriamente ditas, mas
chamou a administração de “inconsequente” e criticou o chefe do Executivo por
uma série de irregularidades que teriam sido cometidas.
Manoelito da Silva
Gomes (PTB) recordou sua participação em uma CEI na legislatura anterior e
disse estar disposto a investigar, mas reforçou que a Casa não deve se omitir
diante de denúncias. Leandro Donizette Mascaro (DEM) disse que a Câmara não
está parada e incentivou as investigações. “Não vai parar no papel”, declarou
Galego. Armando Luís Lombardo Simões (PTN) também salientou que é uma obrigação
do Legislativo investigar todas as denúncias apresentadas.
Enfático, o presidente
da Casa se pronunciou outras vezes durante o tema livre. Em aparte à fala do
vereador Galego Mascaro, Dimas disse que o chefe do Executivo teria cometido
crime contra a Saúde Pública. Pouco depois, já em aparte ao vereador Armando
Simões, afirmou que o Legislativo tem por dever apurar as responsabilidades do
prefeito. “Se não houver irregularidade, que se arquive, mas se tiver algo
errado, que ele pague por isso”, recomendou Lima.
Instalação da CEI –
Para a instauração de uma Comissão Especial de Inquérito na Câmara, é preciso
que ao menos três vereadores assinem ao requerimento de abertura dos trabalhos.
Dois requerimentos foram colocados à disposição dos parlamentares logo após a
sessão de segunda-feira (3) e receberam de imediato as assinaturas de três
representantes do Legislativo: o próprio presidente da Casa Dimas Lima e os
vereadores Armando Luís Simões e José Eraldo Chiavoloni [foto].
Tramitação na Câmara –
As denúncias e os pedidos de abertura das Comissões Especiais de Inquérito
seguem um procedimento regimental no Legislativo. A expectativa, de acordo com
a Casa, é que duas CEI sejam instaladas na próxima sessão ordinária, marcada
para o dia 17 de abril. Durante esta reunião, os vereadores deverão sortear os
membros das duas comissões, que serão preenchidas respeitando a
proporcionalidade partidária, e terão 90 dias para apresentar seus relatórios.
Nenhum comentário:
Postar um comentário