Internacional: Em meio a tensão por urânio, Ahmadinejad critica Obama e alerta Israel - Blog Marcel Rofeal

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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Internacional: Em meio a tensão por urânio, Ahmadinejad critica Obama e alerta Israel

"OBAMA DESESPERA TODO MUNDO" DISSE O PRESIDENTE IRANIANO

O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, aproveitou os 31 anos da Revolução Islâmica nesta quinta-feira para criticar seus dois principais "inimigos" --os Estados Unidos e Israel. Ahmadinejad, que enfrenta pressão internacional por anunciar enriquecimento de urânio, disse que o presidente americano, Barack Obama desperdiça oportunidades e que Israel perderia se iniciasse uma guerra na região.

"Obama desespera todo o mundo. Infelizmente, desperdiça oportunidades, não atua corretamente e segue um caminho contrário a seus próprios interesses e aos do povo americano, mas serve à vontade dos sionistas [termo com o qual se refere aos israelenses]", disse Ahmadinejad, em um discurso para centenas de milhares de pessoas em uma praça em Teerã.

"Infelizmente, a esperança de mudança está rapidamente dando lugar à desesperança", completou, em referência ao mote da campanha de Obama à Presidência.

Obama pressiona os aliados para que aprovem a toque de caixa um novo pacote de sanções contra o Irã, após o anúncio de Teerã de que fabrica urânio enriquecido a 20% em seu próprio solo. A medida viola resolução da ONU e contraria proposta das potências para enriquecimento do urânio iraniano em solo exterior --medida para amenizar as desconfianças ocidentais de que há fins militares no programa nuclear iraniano.

O americano afirmou nesta terça-feira (09) que a comunidade internacional está se movendo "consideravelmente rápido" para impor sanções ainda mais duras ao Irã.

Apesar do apoio declarado da França e velado da Alemanha e do Reino Unido, os EUA enfrentarão resistência da China --que prefere defender o diálogo com o risco de perder importante parceiro comercial e fornecedor de petróleo.

Para que uma nova rodada de sanções seja aprovada no Conselho de Segurança da ONU, os EUA têm que conseguir nove dos 15 votos do Conselho de Segurança e nenhum veto dos cinco membros permanentes --os próprios EUA, China, Rússia, Reino Unido e França.

Mesmo entre os membros rotativos, os EUA devem encontrar resistência. O Brasil argumenta que uma nova sanção "é improvável e seria ineficaz", segundo reportagem da Folha de São Paulo.

ISREAEL

Em conversa telefônica com o presidente sírio Bashar al-Assad, Ahmadinejad disparou contra seu maior inimigo declarado.

"Se o regime sionista repetir seus erros e iniciar uma operação militar, então deve ter resistência com força total para pôr fim a ele de uma vez por todas", disse a Assad, segundo a emissora estatal IRIB nesta quinta-feira.

As declarações de Ahmadinejad são o novo capítulo da troca de ameaças entre Israel e os países da região.

A escalada verbal entre os dois países começou quando o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, disse que se não houver um acordo de paz com a Síria, "poderá haver uma guerra generalizada".

Em resposta, o ministro das Relações Exteriores da Síria, Walid Moallem, declarou que os israelenses devem parar de se comportar como "bandidos" e que "os israelenses sabem que a próxima guerra pode atingir suas cidades".

Na semana passada, o ministro das Relações Exteriores de Israel, Avigdor Lieberman, ameaçou "trucidar" o Exército da Síria e derrubar Assad no caso de uma guerra entre os dois países.

Ao mesmo tempo, a mídia árabe publica supostos indícios de que um ataque israelense às instalações iranianas pode ser iminente. Há poucos dias, a imprensa do Egito divulgou que dois navios de guerra israelenses teriam passado recentemente pelo canal de Suez, navegando em direção ao golfo Pérsico.

A passagem, segundo fontes oficiais, teria sido cercada de cuidados de segurança por parte do governo egípcio, um dos maiores rivais do Irã na região.

Da Folha de São Paulo

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