ESPERADA REVISÃO ESTRATÉGICA É A PRIMEIRA DESDE 2002
Da AFP, em Washington
O governo Obama se prepara para anunciar nesta terça-feira uma grande redução do arsenal nuclear dos Estados Unidos, procurando dar o exemplo, a uma semana de uma reunião de cúpula internacional sobre desarmamento atômico, que será realizada em Washington.
O porta-voz do presidente Barack Obama, Robert Gibbs, anunciou na segunda-feira que Washington comunicará uma esperada revisão da estratégia nuclear americana, a primeira desde 2002. No início de março, o governo americano havia divulgado que esta nova estratégia incluiria uma "redução espetacular" do número de armas atômicas dos Estados Unidos.
O anúncio desta terça-feira será feito dois dias antes da assinatura, em Praga, de um novo acordo de desarmamento START entre Obama e seu colega russo Dmitri Medvedev. Americanos e russos chegaram a um acordo no mês passado para reduzirem seu arsenal nuclear para 1.550 ogivas cada um.
O plano também será divulgado uma semana antes da cúpula de Washington de 12 e 13 de abril para a qual Obama convidou 40 dirigentes de todo o mundo para discutir segurança e não-proliferação.
Barack Obama pregou há exatamente um ano, no dia 5 de abril de 2009, o advento de um mundo sem armas atômicas, durante um discurso pronunciado em Praga. No entanto, ele admitiu que provavelmente não viveria para ver esse objetivo ser alcançado.
A partir de então, defensores e críticos da desnuclearização se enfrentaram dentro do governo e o anúncio da nova estratégia foi adiado em vários meses.
No início de março, um alto funcionário americano que não quis se identificar afirmou que a nova estratégia visava a "uma redução espetacular dos arsenais (de armas nucleares), mantendo uma dissuasão sólida e confiável".
Ela dará também "um papel crescente às armas convencionais na dissuasão" e renunciará às armas atômicas "anti-bunkers", desejadas pelo governo anterior de George W. Bush, indicou a autoridade.
Segundo o chanceler russo Serguei Lavrov, o novo tratado de desarmamento nuclear entre Rússia e Estados Unidos ilustra um "novo grau de confiança" entre os dois antigos adversários na Guerra Fria.
"O tratado ilustra o novo grau de confiança entre Moscou e Washington", disse Lavrov à imprensa, a dois dias da assinatura do acordo, na quinta-feira em Praga.
No entanto, o chanceler russo advertiu que Moscou se reserva o direito de abandonar o nvoo tratado de desarmamento caso o escudo antimísseis americano ameace seu potencial nuclear.
O governo americano já afastou a possibilidade de anunciar que os Estados Unidos jamais recorrerão em primeiro lugar à arma nuclear em caso de conflito, de acordo com o New York Times.
Os defensores da desnuclearização pedem que Obama proclame que "o único objetivo" da arma nuclear é dissuadir uma potência nuclear de ameaçar os Estados Unidos. Segundo eles, a superioridade do Exército americano em matéria de armamentos convencionais torna a bomba atômica inútil em qualquer outro contexto.
A partir dessa doutrina ganharia força a retirada de cerca de 200 ogivas nucleares táticas que Washington possui na Europa, o que cinco países membros da Otan (Alemanha, Bélgica, Luxemburgo, Noruega, Holanda) pediram em fevereiro.
Ela se opõe à doutrina da "dissuasão ampliada", segundo a qual os Estados Unidos manteriam ou estenderiam seu "guarda-chuva nuclear" na Europa, na Ásia e até no Oriente Médio, incitando os países protegidos a não tentarem obter suas próprias armas.
Da AFP, em Washington
O governo Obama se prepara para anunciar nesta terça-feira uma grande redução do arsenal nuclear dos Estados Unidos, procurando dar o exemplo, a uma semana de uma reunião de cúpula internacional sobre desarmamento atômico, que será realizada em Washington.
O porta-voz do presidente Barack Obama, Robert Gibbs, anunciou na segunda-feira que Washington comunicará uma esperada revisão da estratégia nuclear americana, a primeira desde 2002. No início de março, o governo americano havia divulgado que esta nova estratégia incluiria uma "redução espetacular" do número de armas atômicas dos Estados Unidos.
O anúncio desta terça-feira será feito dois dias antes da assinatura, em Praga, de um novo acordo de desarmamento START entre Obama e seu colega russo Dmitri Medvedev. Americanos e russos chegaram a um acordo no mês passado para reduzirem seu arsenal nuclear para 1.550 ogivas cada um.
O plano também será divulgado uma semana antes da cúpula de Washington de 12 e 13 de abril para a qual Obama convidou 40 dirigentes de todo o mundo para discutir segurança e não-proliferação.
Barack Obama pregou há exatamente um ano, no dia 5 de abril de 2009, o advento de um mundo sem armas atômicas, durante um discurso pronunciado em Praga. No entanto, ele admitiu que provavelmente não viveria para ver esse objetivo ser alcançado.
A partir de então, defensores e críticos da desnuclearização se enfrentaram dentro do governo e o anúncio da nova estratégia foi adiado em vários meses.
No início de março, um alto funcionário americano que não quis se identificar afirmou que a nova estratégia visava a "uma redução espetacular dos arsenais (de armas nucleares), mantendo uma dissuasão sólida e confiável".
Ela dará também "um papel crescente às armas convencionais na dissuasão" e renunciará às armas atômicas "anti-bunkers", desejadas pelo governo anterior de George W. Bush, indicou a autoridade.
Segundo o chanceler russo Serguei Lavrov, o novo tratado de desarmamento nuclear entre Rússia e Estados Unidos ilustra um "novo grau de confiança" entre os dois antigos adversários na Guerra Fria.
"O tratado ilustra o novo grau de confiança entre Moscou e Washington", disse Lavrov à imprensa, a dois dias da assinatura do acordo, na quinta-feira em Praga.
No entanto, o chanceler russo advertiu que Moscou se reserva o direito de abandonar o nvoo tratado de desarmamento caso o escudo antimísseis americano ameace seu potencial nuclear.
O governo americano já afastou a possibilidade de anunciar que os Estados Unidos jamais recorrerão em primeiro lugar à arma nuclear em caso de conflito, de acordo com o New York Times.
Os defensores da desnuclearização pedem que Obama proclame que "o único objetivo" da arma nuclear é dissuadir uma potência nuclear de ameaçar os Estados Unidos. Segundo eles, a superioridade do Exército americano em matéria de armamentos convencionais torna a bomba atômica inútil em qualquer outro contexto.
A partir dessa doutrina ganharia força a retirada de cerca de 200 ogivas nucleares táticas que Washington possui na Europa, o que cinco países membros da Otan (Alemanha, Bélgica, Luxemburgo, Noruega, Holanda) pediram em fevereiro.
Ela se opõe à doutrina da "dissuasão ampliada", segundo a qual os Estados Unidos manteriam ou estenderiam seu "guarda-chuva nuclear" na Europa, na Ásia e até no Oriente Médio, incitando os países protegidos a não tentarem obter suas próprias armas.
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