Brasil: Em três dias, chove 60% do esperado para todo o mês de junho em Recife - Blog Marcel Rofeal

Breaking

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Brasil: Em três dias, chove 60% do esperado para todo o mês de junho em Recife

Tempestades concentradas e enchentes de rios causaram mortes em Pernambuco e Alagoas

Luciana Sarmento, com Rodrigo Pedroso do R7

Foto: Thiago Sampaio/Agência Alagoas
Em três dias, choveu em Recife pouco mais de 60% do esperado para todo o mês de junho. O dado é do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia) e leva em conta os dias 17, 18 e 19 deste mês, quando o fenômeno conhecido como zona de convergência intertropical atingiu a região deixando ao menos 38 mortos em Pernambuco e Alagoas até esta segunda-feira (21). Recife foi a cidade onde mais choveu em todo o Estado pernambucano. A média esperada para o mês de junho era de 389 mm. Nos três dias, caíram 248,2 mm. Já não chove nos últimos dois dias.

O volume de água é grande, mas está longe de um recorde, afirma o coordenador do instituto em Pernambuco, Raimundo Jaildo. Em 11 de agosto de 1970, choveu 335,8 mm durante um período de 24 horas.

De acordo com meteorologistas ouvidos pela reportagem e pela Defesa Civil do Estado, as mais de 30 mortes provocados nos últimos dias em Pernambuco e Alagoas foram causadas pela combinação de dois fatores: chuva concentrada em poucos dias e transbordamento de rios.

Segundo o meteorologista do Inmet Paulo Roberto Meira, apesar de já estar previsto um grande volume de chuvas para o mês de junho, o que ocasionou as 12 mortes confirmadas até esta segunda-feira pela Defesa Civil de Pernambuco, foi a concentração das precipitações.

- O problema é que a chuva foi concentrada em poucos dias. Isto foi o que ocasionou os alagamentos. Houve anos em que choveu mais, mas não tão concentrado.

As chuvas já expulsaram mais de 42.000 pessoas de suas casas e afetaram ao menos 49 cidades em Pernambuco, segundo o último relatório divulgado pela Defesa Civil Estadual nesta sexta-feira. No total, 12 pessoas morreram nas cidades de Recife, Jaboatão, Cortez, Agrestina e Belo Jardim.

Alagoas

Em Alagoas, até o final da tarde desta sexta-feira, cerca de 57.672 pessoas já haviam sido expulsas de suas casas por causa das tempestades e 26 morreram, de acordo com a Defesa Civil do Estado. Diferentemente de Pernambuco, os alagoanos sofreram com as enchentes de seus principais rios provocadas, principalmente, pelas chuvas do Estado vizinho.

Em Maceió, foram registrados 109,8 mm nos três dias de chuva (17, 18 e 19 de junho), de acordo com o Inmet. A cidade com maior volume de água foi São Luís do Quitunde, no litoral, com 144,8 mm durante o mesmo período. Também não chove desde sábado no Estado.

A causa para as enchentes que deixaram pelo menos 15 cidades em estado de calamidade pública está nos transbordamentos dos principais rios, segundo o major da Defesa Civil Estadual Sandro Cavalcanti.

- Em Alagoas não choveu tanto, mas o problema é que vários rios começam em Pernambuco e cortam o Estado. Esses rios, Camaragibe, Mundaú e Paraíba, acabaram provocando as enchentes que desalojaram os alagoanos.

Previsão

A previsão do Inmet pernambucano, que monitora o litoral nordestino, é de pouca chuva nos próximos dias na região. A alternância entre chuvas esparsas e precipitações concentradas em alguns dias deve continuar nas próximas semanas.

A causa desse tipo de clima, segundo o órgão, está nas nuvens que vêm do oceano Atlântico e causam chuvas fortes. A tendência é que a situação continue até agosto, quando termina o período de precipitações no litoral e na zona da mata.

Nenhum comentário:

Comments System

blogger

Disqus Shortname

msora