Juiz ordena imediata deportação dos acusados; declaração de culpa ocorre em meio a rumores de troca de espiões entre EUA e Rússia
Do IG em São Paulo, com Agências Internacionais
Dez pessoas acusadas de atuar como agentes da Rússia nos EUA declararam-se culpadas de espionar para um país estrangeiro perante uma corte de Nova York nesta quinta-feira. Os dez admitiram que "conspiraram para atuar como um agente não registrado de um país estrangeiro". A acusação de lavagem de dinheiro contra nove dos acusados foi retirada. Essa foi a primeira vez que os dez acusados apareceram juntos desde sua prisão.
A declaração de culpa pode facilitar uma possível troca, ao estilo da Guerra Fria, dos acusados por agentes condenados na Rússia. Após a declaração de culpa, o juiz do caso anunciou que os dez agentes serão deportados imediatamente para a Rússia.
O desfecho do caso foi antecipado pela rede de TV CNN, que, citando uma fonte próxima ao caso, afirmou que os acusados seriam deportados para a Rússia ainda na noite desta quinta-feira. Segundo a fonte, esperava-se que os suspeitos se declarassem culpados em relação a uma das acusações - falhar em registrar-se como agente estrangeiro -, sendo sentenciados a uma pena já cumprida desde que foram presos, no fim de junho.
A mãe da suspeita Anna Chapman, de 28 anos, uma das dez pessoas detidas nos EUA sob acusação de ser um agente dos serviços exteriores de inteligência russos (SVR), disse esperar que ela viaje para a Rússia na sexta-feira.
A jovem ruiva foi capa da imprensa internacional quando seu ex-marido britânico revelou detalhes e fotos íntimas de quando eram casados. O jornal online Gazeta.ru destacou que Moscou não fará comentários oficiais sobre o intercâmbio nem publicará nenhuma lista com nomes.
Na quarta-feira, a imprensa americana indicou que as autoridades dos EUA buscavam um acordo para uma declaração de culpa, redução da pena e a posterior deportação dos agentes à Rússia, o que permitiria aos EUA evitar uma cadeia de longos processos nos quais poderia tornar públicas informações confidenciais sobre os métodos de trabalho dos serviços secretos americanos.
Além disso, tal solução permitiria a Washington e Moscou fechar o embaraçoso caso de espionagem, que escurece a nova etapa de suas relações bilaterais e poderia prejudicar a ratificação nos EUA do novo tratado de desarmamento nuclear.
Troca de espiões
O desfecho do caso ocorre em meio à possibilidade de uma troca de espiões entre a Rússia e os EUA, como era tão comum nos tempos da Guerra Fria. A troca foi mencionada como forma para resolver o caso de espionagem que complica as relações russo-americanas, segundo a mídia russa.
"Um encontro entre o embaixador da Rússia em Washington, Serguei Kisliak, e o vice-secretário de Estado americano, William Burns, terminou com resultados: as duas partes entraram em acordo para uma troca de espiões", escreveu o jornal online Gazeta.ru, citando "uma fonte ligada a círculos diplomáticos".
Seu eventual retorno à Rússia no âmbito de uma troca veio à tona pela primeira vez na quarta-feira, mencionado pela advogada e pela família de Igor Sutiaguin, especialista em armamentos detido por espionagem para os americanos desde 2004.
O jornal Kommersant, citando fontes dos serviços russos, destacou esta quinta que pelo menos outros três russos condenados por espionar para Washington e Londres poderiam se beneficiar do acordo, juntamente com Sutiaguin.
Trata-se de dois ex-agentes dos serviços secretos russos, acusados de ter trabalhado para a CIA: Alexandre Sypatchev, condenado em 2002 a oito anos de prisão, e Alexandre Zaporojski, que desde 2003 cumpre pena de 18 anos de prisão.
O terceiro seria o ex-coronel de inteligência militar russa (GRU) Serguei Skripal, condenado em 2006 a 13 anos de prisão por espionagem por conta da Grã-Bretanha. "A partir de hoje deveriam ser transferidos a Viena e dali para Grã-Bretanha e outros países. Hoje mesmo, os espiões desmascarados nos Estados Unidos poderiam ser enviados à Rússia", destacou o jornal, sem citar fontes.
Segundo seus familiares, Sutiaguin já foi transferido a Moscou do local onde cupre pena, na região de Arjanguelsk (norte). Esse especialista em armas, que sempre clamou inocência, assinou uma confissão para poder ser libertado.
Durante a Guerra Fria, Ocidente e Oriente faziam trocas de espiões, sobretudo na ponte de Glienicke, entre as duas Alemanhas.
A imprensa russa destacou que, para os americanos e russos, esse método é a melhor forma de resolver o escândalo, em um momento em que os presidentes Dimitri Medvedev e Barack Obama consideram prioritário reativar suas relações.
Do IG em São Paulo, com Agências Internacionais
Dez pessoas acusadas de atuar como agentes da Rússia nos EUA declararam-se culpadas de espionar para um país estrangeiro perante uma corte de Nova York nesta quinta-feira. Os dez admitiram que "conspiraram para atuar como um agente não registrado de um país estrangeiro". A acusação de lavagem de dinheiro contra nove dos acusados foi retirada. Essa foi a primeira vez que os dez acusados apareceram juntos desde sua prisão.
A declaração de culpa pode facilitar uma possível troca, ao estilo da Guerra Fria, dos acusados por agentes condenados na Rússia. Após a declaração de culpa, o juiz do caso anunciou que os dez agentes serão deportados imediatamente para a Rússia.
O desfecho do caso foi antecipado pela rede de TV CNN, que, citando uma fonte próxima ao caso, afirmou que os acusados seriam deportados para a Rússia ainda na noite desta quinta-feira. Segundo a fonte, esperava-se que os suspeitos se declarassem culpados em relação a uma das acusações - falhar em registrar-se como agente estrangeiro -, sendo sentenciados a uma pena já cumprida desde que foram presos, no fim de junho.
A mãe da suspeita Anna Chapman, de 28 anos, uma das dez pessoas detidas nos EUA sob acusação de ser um agente dos serviços exteriores de inteligência russos (SVR), disse esperar que ela viaje para a Rússia na sexta-feira.
A jovem ruiva foi capa da imprensa internacional quando seu ex-marido britânico revelou detalhes e fotos íntimas de quando eram casados. O jornal online Gazeta.ru destacou que Moscou não fará comentários oficiais sobre o intercâmbio nem publicará nenhuma lista com nomes.
Na quarta-feira, a imprensa americana indicou que as autoridades dos EUA buscavam um acordo para uma declaração de culpa, redução da pena e a posterior deportação dos agentes à Rússia, o que permitiria aos EUA evitar uma cadeia de longos processos nos quais poderia tornar públicas informações confidenciais sobre os métodos de trabalho dos serviços secretos americanos.
Além disso, tal solução permitiria a Washington e Moscou fechar o embaraçoso caso de espionagem, que escurece a nova etapa de suas relações bilaterais e poderia prejudicar a ratificação nos EUA do novo tratado de desarmamento nuclear.
Troca de espiões
O desfecho do caso ocorre em meio à possibilidade de uma troca de espiões entre a Rússia e os EUA, como era tão comum nos tempos da Guerra Fria. A troca foi mencionada como forma para resolver o caso de espionagem que complica as relações russo-americanas, segundo a mídia russa.
"Um encontro entre o embaixador da Rússia em Washington, Serguei Kisliak, e o vice-secretário de Estado americano, William Burns, terminou com resultados: as duas partes entraram em acordo para uma troca de espiões", escreveu o jornal online Gazeta.ru, citando "uma fonte ligada a círculos diplomáticos".
Seu eventual retorno à Rússia no âmbito de uma troca veio à tona pela primeira vez na quarta-feira, mencionado pela advogada e pela família de Igor Sutiaguin, especialista em armamentos detido por espionagem para os americanos desde 2004.
O jornal Kommersant, citando fontes dos serviços russos, destacou esta quinta que pelo menos outros três russos condenados por espionar para Washington e Londres poderiam se beneficiar do acordo, juntamente com Sutiaguin.
Trata-se de dois ex-agentes dos serviços secretos russos, acusados de ter trabalhado para a CIA: Alexandre Sypatchev, condenado em 2002 a oito anos de prisão, e Alexandre Zaporojski, que desde 2003 cumpre pena de 18 anos de prisão.
O terceiro seria o ex-coronel de inteligência militar russa (GRU) Serguei Skripal, condenado em 2006 a 13 anos de prisão por espionagem por conta da Grã-Bretanha. "A partir de hoje deveriam ser transferidos a Viena e dali para Grã-Bretanha e outros países. Hoje mesmo, os espiões desmascarados nos Estados Unidos poderiam ser enviados à Rússia", destacou o jornal, sem citar fontes.
Segundo seus familiares, Sutiaguin já foi transferido a Moscou do local onde cupre pena, na região de Arjanguelsk (norte). Esse especialista em armas, que sempre clamou inocência, assinou uma confissão para poder ser libertado.
Durante a Guerra Fria, Ocidente e Oriente faziam trocas de espiões, sobretudo na ponte de Glienicke, entre as duas Alemanhas.
A imprensa russa destacou que, para os americanos e russos, esse método é a melhor forma de resolver o escândalo, em um momento em que os presidentes Dimitri Medvedev e Barack Obama consideram prioritário reativar suas relações.
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