Principal argumento do governo é o impacto nas contas públicas
Carmen Munari e Silvio Cascione, Reuters
Foto: Bruno Domingos
Governo e trabalhadores não chegaram a um acordo para o valor do salário mínimo deste ano, em nova reunião nesta sexta-feira. O ministro da Fazenda, Guido Mantega, reiterou a proposta de um mínimo de 545 reais, enquanto as centrais sindicais insistem em um reajuste maior, acima da inflação.
O argumento principal do governo da presidente Dilma Rousseff é o impacto de um aumento maior do mínimo nas contas públicas em uma época de estudo de um corte de gastos do Orçamento da União.
"Os 545 reais são a execução da regra atual. Esses valores impactam as contas do governo num momento de esforço fiscal que é importante para todos", disse Mantega a jornalistas após reunião com seis centrais sindicais e outros dois ministros.
O governo já admite enviar ao Congresso o valor de 545 reais mesmo sem acordo com as centrais, segundo o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência. "O voto vai acontecer", afirmou, admitindo negociar com a base aliada.
A votação do mínimo será o primeiro grande teste para a presidente Dilma no Congresso. Haverá uma próxima reunião, segundo Carvalho, ainda sem data.
As centrais sindicais pedem 580 reais para o salário mínimo, mas já aceitam negociar o valor, desde que haja algum aumento real.
"Lamentavelmente, nós não tivemos acordo", disse o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), após a reunião, a segunda do governo Dilma sobre o assunto.
Ele classificou o encontro como "frustrante" e reclamou que aumentar o salário mínimo não é gasto, e sim investimento, rebatendo argumento de Mantega.
Mais ameno, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva, afirmou que "ninguém quer a volta da inflação", mas que "nós não estamos tendo uma inflação de demanda. Nós estamos vivendo uma inflação fruto da tentativa de especulação de alimento".
Segundo Mantega, a proposta do governo é manter o acordo para reajuste do mínimo, realizado em 2006, que leva em conta a inflação do ano anterior e o crescimento da economia de dois anos antes.
"Vamos fazer a política que deu certo, repetindo as mesmas regras. Isso significa que para 2011 o salário deve ser de 545 reais que é o cumprimento estrito da regra", disse Mantega, para quem a questão é pontual e não pode haver exceção.
Neste ano, a regra foi desfavorável aos trabalhadores porque em 2009 o crescimento da economia foi negativo e o reajuste do patamar salarial acabou recebendo apenas a inflação pelo INPC de 6,47 por cento acrescido de arredondamentos.
Para 2012, a previsão é de um aumento próximo a 13 por cento, com crescimento do PIB em 2010 de 7,5 em por cento e inflação ao redor de 5 por cento em 2011.
Mantega afirmou ainda que haverá correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física, outra demanda dos trabalhadores. "O índice nós vamos discutir."
A postura do novo governo incomodou os dirigentes das centrais. Paulinho da Força, de partido aliado, acusou o governo Dilma de romper com a política do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de valorizar os pobres. "Um início preocupante", afirmou. "O Lula intervinha a favor dos trabalhadores e vamos resistir a esta queda de braço com o mercado", acrescentou, prevendo manifestações de rua.
Gilberto Carvalho chamou de bravata a postura dos sindicalistas e disse que o governo pretende manter aberto o diálogo com os trabalhadores.
No total, 47 milhões de pessoas, entre trabalhadores da ativa e aposentados, recebem o salário mínimo, grande parte abrigados na Previdência Social.
O argumento principal do governo da presidente Dilma Rousseff é o impacto de um aumento maior do mínimo nas contas públicas em uma época de estudo de um corte de gastos do Orçamento da União.
"Os 545 reais são a execução da regra atual. Esses valores impactam as contas do governo num momento de esforço fiscal que é importante para todos", disse Mantega a jornalistas após reunião com seis centrais sindicais e outros dois ministros.
O governo já admite enviar ao Congresso o valor de 545 reais mesmo sem acordo com as centrais, segundo o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência. "O voto vai acontecer", afirmou, admitindo negociar com a base aliada.
A votação do mínimo será o primeiro grande teste para a presidente Dilma no Congresso. Haverá uma próxima reunião, segundo Carvalho, ainda sem data.
As centrais sindicais pedem 580 reais para o salário mínimo, mas já aceitam negociar o valor, desde que haja algum aumento real.
"Lamentavelmente, nós não tivemos acordo", disse o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), após a reunião, a segunda do governo Dilma sobre o assunto.
Ele classificou o encontro como "frustrante" e reclamou que aumentar o salário mínimo não é gasto, e sim investimento, rebatendo argumento de Mantega.
Mais ameno, o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Artur Henrique da Silva, afirmou que "ninguém quer a volta da inflação", mas que "nós não estamos tendo uma inflação de demanda. Nós estamos vivendo uma inflação fruto da tentativa de especulação de alimento".
Segundo Mantega, a proposta do governo é manter o acordo para reajuste do mínimo, realizado em 2006, que leva em conta a inflação do ano anterior e o crescimento da economia de dois anos antes.
"Vamos fazer a política que deu certo, repetindo as mesmas regras. Isso significa que para 2011 o salário deve ser de 545 reais que é o cumprimento estrito da regra", disse Mantega, para quem a questão é pontual e não pode haver exceção.
Neste ano, a regra foi desfavorável aos trabalhadores porque em 2009 o crescimento da economia foi negativo e o reajuste do patamar salarial acabou recebendo apenas a inflação pelo INPC de 6,47 por cento acrescido de arredondamentos.
Para 2012, a previsão é de um aumento próximo a 13 por cento, com crescimento do PIB em 2010 de 7,5 em por cento e inflação ao redor de 5 por cento em 2011.
Mantega afirmou ainda que haverá correção da tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física, outra demanda dos trabalhadores. "O índice nós vamos discutir."
A postura do novo governo incomodou os dirigentes das centrais. Paulinho da Força, de partido aliado, acusou o governo Dilma de romper com a política do governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de valorizar os pobres. "Um início preocupante", afirmou. "O Lula intervinha a favor dos trabalhadores e vamos resistir a esta queda de braço com o mercado", acrescentou, prevendo manifestações de rua.
Gilberto Carvalho chamou de bravata a postura dos sindicalistas e disse que o governo pretende manter aberto o diálogo com os trabalhadores.
No total, 47 milhões de pessoas, entre trabalhadores da ativa e aposentados, recebem o salário mínimo, grande parte abrigados na Previdência Social.
Nenhum comentário:
Postar um comentário