Só na cidade de Jacareacanga, censo apontou diminuição de 66% da população
Agência Estado
O prefeito de Jacareacanga, no Pará, Raulien Oliveira de Queiroz (PT), recorreu ao IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e à Justiça Federal e está disposto a fretar dez ônibus rumo ao prédio do instituto em Santarém para protestar contra os números do último censo, que encolheu a população do município de 41.487 para 14.040 pessoas.
Além de "varrer do mapa" 27 mil jacareacanguenses, a contagem dinamitou as contas da região - só as transferências do Fundo de Participação de Municípios (FPM) devem ter uma redução de R$ 4,8 milhões.
Levantamento da CNM (Confederação Nacional de Municípios) cruzou os dados do Censo 2010 com a projeção populacional do próprio IBGE para o ano de 2009. Em termos gerais, o país saiu de 191.480.630 habitantes para 190.732.694, uma variação de 0,4%.
O estudo, no entanto, aponta diferenças expressivas em pelo menos quatro municípios do Pará: Jacareacanga (-66,2%), Faro (-58,2%), Itaituba (-23,9%) e Aveiro (-22,2%). A informação é do presidente da CNM, Paulo Ziulkoski.
- Nesses casos, a realidade do IBGE não é a do Brasil. Não estamos questionando a idoneidade do instituto, mas que critérios são esses que inflam alguns municípios e desinflam outros?
O IBGE encaminha os dados demográficos ao (TCU) Tribunal de Contas da União, que calcula as cotas do FPM. De acordo com a CNM, 176 municípios devem receber menos dinheiro do fundo devido aos números do Censo 2010: Bahia (41), São Paulo (26), Rio Grande do Sul (13), Paraná (12) e Pará (11) concentram o maior número de casos.
O prefeito Queiroz alega que a nova contagem "representa um desastre econômico-social" para o município de Jacareacanga.
- O censo caiu como uma bomba letal, não aceitamos de nenhum jeito esse número.
Para o presidente do IBGE, Eduardo Nunes, a contagem populacional de anos anteriores em Faro e Jacareacanga foi superestimada.
- Não é o Censo de 2010 que está errado.
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