Protestos iniciados em fevereiro se transformaram em guerra civil
Angus MacSwan, Reuters
O Tribunal Penal Internacional (TPI) tem evidências de que o governo de Muammar Gaddafi planejou reprimir os protestos no país com a morte de civis antes do início da insurreição na Líbia, disse na terça-feira o promotor do TPI, Luis Moreno-Ocampo.
Os protestos contra o governo iniciados em 15 de fevereiro rapidamente se transformaram numa guerra civil depois que as forças de Gaddafi abriram fogo contra os manifestantes. Em seguida, ele reprimiu os levantes no oeste da Líbia, deixando o leste do país e a cidade de Misrata nas mãos dos rebeldes.
A operação aérea liderada pela Otan agora mantém o equilíbrio de forças na Líbia, evitando que as forças de Gaddafi aniquilem a revolta de sete semanas, mas incapaz por enquanto de garantir a vitória dos rebeldes.
Em fevereiro, o Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) encaminhou o caso da Líbia ao TPI, o primeiro tribunal permanente para crimes de guerra do mundo. Em 17 de março, o conselho sancionou a execução de ataques aéreos contra as forças do governo líbio para evitar a morte de civis.
Luis Moreno-Ocampo deverá apresentar um relatório à ONU em 4 de maio e depois o procurador deve emitir mandados de prisão.
"Temos evidência de que, depois dos conflitos na Tunísia e no Egito em janeiro, as pessoas do regime planejaram como controlar as manifestações dentro da Líbia", disse Moreno-Ocampo à Reuters.
"Eles escondiam isso das pessoas de fora e planejavam como controlar as multidões...a evidência que temos é de que o tiroteio contra civis foi um plano pré-determinado." "O planejamento no início era usar gás lacrimogêneo e (se isso não funcionasse)...atirar", acrescentou ele.
Nenhum comentário:
Postar um comentário