David Cameron falou ao Parlamento britânico nesta quarta-feira (20)
UOL
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, afirmou, nesta quarta-feira (20) no Parlamento britânico, que se soubesse o que sabe hoje, não teria contratado o ex-editor do tabloide "News of the World", Andy Coulson, como seu assessor direto.
Cameron, no entanto, também disse que seu ex-porta-voz, Andy Coulson, é inocente até que se prove o contrário.
O premiê disse que se desculpará se for comprovado o envolvimento de Coulson no escândalo dos grampos que assola o país.
Em uma sessão extraordinária no Parlamento, Cameron lamentou o "furor" que o caso está gerando. "Vivendo é que se aprende. Acreditem, eu aprendi", disse Cameron. "A maior responsabilidade que tenho é a de limpar esta bagunça", completou.
O tabloide é acusado de grampear ilegalmente os telefones de milhares de personalidades e de pagar propina à polícia para obter informações. Por causa das denúncias, Coulson deixou o governo no início do ano.
Nos últimos dias, as denúncias levaram à demissão também de altos executivos do conglomerado de mídia do empresário Rupert Murdoch, que detém o News of the World, e oficiais da alta hierarquia da polícia londrina, incluindo o seu número um, o comissário Paul Stephenson.
Cameron admitiu que o caso "arranhou a confiança das pessoas na imprensa e na legalidade do que fazem, na polícia e na sua capacidade de investigar, e nos políticos e sua capacidade de lidar com os problemas".
Cameron também afirmou que uma investigação será feita sobre a relação entre imprensa, polícia e políticos. Para o premiê, a crise dos grampos faz aumentar as dúvidas sobre a ética e os valores da polícia de Londres.
Falando depois das declarações de Cameron, o líder da oposição trabalhista, Ed Miliband, disse que as explicações do primeiro-ministro "não foram suficientes".
Teste
Analistas estão considerando esta sessão no Parlamento o maior teste político de Cameron, que está na defensiva desde que a crise dos grampos estourou, há três semanas.
O primeiro-ministro teve de encurtar uma viagem à África para comparecer à sessão extraordinária do Parlamento - que adiou o início de seu recesso, marcado para esta quarta-feira.
Antes do início da sessão, um deputado indicou que o Palácio de Buckingham alertou Cameron sobre as más credenciais de Coulson. A história foi rejeitada pelo Gabinete.
David Cameron disse que aceitou "mudanças significativas" em uma investigação que está sendo conduzida por um juiz.
Além dos jornais, o inquérito investigará se há responsabilidades individuais na polícia, na mídia em geral e entre a classe política.
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