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segunda-feira, 8 de agosto de 2011

País | CGU recolhe computadores para apurar denúncias na Agricultura

Ministro Wagner Rossi negou conhecer o lobista que atuaria na pasta

Terra

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil
A Controladoria-Geral da União (CGU) começou nesta segunda-feira a recolher computadores no Ministério da Agricultura para investigar denúncias de irregularidades na pasta. Após reportagem da revista Veja afirmar que um lobista atuava instalado no prédio do ministério, a CGU criou hoje uma comissão de sindicância, a pedido do ministro Wagner Rossi (PMDB).
 
Nesta segunda, Rossi negou conhecer o lobista citado pela publicação, Júlio Froés, e que não o reconheceria se estivessem na mesma sala. A revista apontou que o secretário-executivo da Agricultura, Milton Ortolan, teria "liberado" a ação do lobista no ministério - ele teria acesso a uma entrada privativa e a uma sala com computador, telefone e secretária. No final de semana, Ortolan pediu demissão, se dizendo "injustiçado e ofendido pelas suspeitas levantadas".
 
De acordo com a CGU, o ministro-chefe da Controladoria, Jorge Hage, informou Rossi das ações, entre elas o recolhimento dos computadores para análises de documentos como licitações, convênios e contratos. Na semana passada, uma comissão disciplinar já havia sido instaurada para apurar um suposto esquema de corrupção na Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), subordinada ao ministério.
 
No final de julho, a revista Veja publicou reportagem com o ex-diretor financeiro da Conab Oscar Jucá Neto, que acusou a entidade de o patrimônio público por meio de operações imobiliárias fraudulentas com o objetivo, entre outros, de repassar aos padrinhos políticos dos diretores terrenos a preços abaixo do valor de mercado. Conforme o denunciante, empresas de amigos e financiadores de campanha eram os favorecidos, e o caso teria aval do ministro Rossi.
 
Em depoimento na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados na semana passada, Rossi negou as irregularidades e atribuiu as denúncias ao "destempero" de um ex-funcionário "ressentido". "Lamento profundamente que (as denúncias) tenham sido trazidas por um destempero desse ressentido, que fez atos ilegais, irresponsáveis e que quis transformar uma questão estritamente administrativa em um problema político, querendo jogar todo mundo no mesmo saco, no saco em que ele está", disse o ministro na ocasiçao.
 
Hoje, a presidente Dilma Rousseff manifestou confiança em Wagner Rossi e disse que, mesmo diante das denúncias de irregularidades, ele permanece no governo. "O governo não tem nenhuma razão para ter qualquer questão em relação ao ministro Wagner Rossi. Não é ele quem está em questão. Ele tomou já as medidas. Tão logo estamos sem sobra de dúvida reiterando a confiança no Wagner Rossi", disse.

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