Ex-chanceler vai substituir Nelson Jobim no Ministério da Defesa
Sandro Lima, G1
A presidente Dilma Rousseff disse durante discurso nesta  segunda-feira (8) que escolheu com cuidado o novo ministro da Defesa,  Celso Amorim, para a vaga e afirmou que ele é o “homem certo no lugar  certo”. Amorim tomou posse nesta segunda e vai substituir Nelson Jobim,  que pediu demissão do cargo na última quinta-feira.
“Mudanças importantes requerem cuidado, cobram sensatez [..] Ele  [Amorim] tem qualidades que o aproximam muito dos senhores oficiais”,  disse Dilma.
Ministro das Relações Exteriores no governo do presidente Luiz Inácio  Lula da Silva, Amorim foi convidado a voltar ao governo depois que Dilma  decidiu pela demissão de Jobim. Reportagem publicada na edição deste  mês da revista "Piauí" reproduz declarações atribuídas a Jobim em que  ele critica as ministras Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e  Gleisi Hoffmann (Casa Civil). O ex-ministro negou ter dado as declarações, reafirmadas pela publicação.
Ao empossar Amorim, a presidente afirmou que mudanças fazem “parte da rotina” da política.
“Trocas de comando fazem parte, desde que se troque de comandante e não  deixe de fazer o que se deve fazer. Tenho certeza que ele fará, se  dedicará a construir de corpo e alma essa política de defesa”, disse  Dilma.
O ex-ministro Nelson Jobim não compareceu à cerimônia. Antes das  supostas críticas, Jobim havia afirmado em entrevista que nas eleições  de 2010 votou no candidato do PSDB à Presidência, José Serra, de quem é  amigo.
Antes de Dilma, Amorim agradeceu durante discurso "o honroso convite" para ocupar o Ministério da Defesa.
"De maneira serena, cabe a mim, neste momento, mais ouvir do que falar.  Identifico nos militares patriotismo, dedicação e respeito à  hierarquia", disse.
O novo ministro disse que é preciso "previsibilidade" ao fornecimento  de equipamentos para as Forças Armadas para que o país possa "proteger"  seus recursos naturais. É preciso também, ele destacou, assegurar que a  região seja "área livre de armas de destruição em massa".
"Devemos proteger nossos recursos naturais na Amazônia, nos mares. O  pré-sal reforça essa necessidade. Devemos valorizar o conselho de defesa  sul-americano e reforçar a parceria com os países vizinhos."
Tropas no Haiti
Após a posse, Amorim disse, durante  coletiva, que o Brasil deve ter uma estratégia para a retirada das  tropas no Haiti. “Acho que tem que ter uma estratégia de saída, isso é  bom para o Haiti e isso é bom para o Brasil também”, afirmou.
O Brasil comanda as tropas da Missão das Nações Unidas para  Estabilização do Haiti (Minustah) desde 2004, após a queda do então  presidente Jean-Bertrand Aristide em meio a uma violenta revolta  popular.
Amorim afirmou que ainda não conversou com o ministro de Relações  Exteriores, Antonio Patriota, sobre uma possível retirada das tropas.  “Não conversei ainda com o meu querido amigo e colega, o ministro  Antonio Patriota, mas eu acho que é questão de avaliar. Não pode haver  nem permanência para sempre nem retirada irresponsável. Então, dentro  disso, nós vamos trabalhar”.
“A operação de paz no Haiti é hoje tratada como exemplo pelo fato de  ter tido um componente humanitário, um componente de desenvolvimento  econômico e social que provavelmente não teria porque forças de paz no  Haiti houve várias, mas entrava, botava lá outro governo no lugar e ia  embora e ficava tudo como estava”, afirmou Amorim.  	O ministro da Defesa disse que a saída das tropas, caso ocorra, “deve  ser feita de maneira responsável”, assegurando que a cooperação  econômica e social continue.


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