Marcel Rofeal*
Há 90 dias, o
município de Ribeirão Bonito passava à administração de Wilson Forte Júnior (PMDB).
Eleito com 56,28% dos votos válidos, Nenê Forte teria se deparado com uma
prefeitura em situação crítica. Oficialmente sem dívidas, porém, sem muitos
recursos para trabalhar e com uma reforma administrativa aprovada pela Câmara
que, segundo a própria prefeitura disse, engessou o início de seu mandato. A
questão dos precatórios tem sido prioridade do novo prefeito, que decidiu
manter nos cargos mais importantes de assessoria nomes da administração
anterior.
Em nenhum momento me
arrependi de ter participado do processo eleitoral que resultou na eleição de
Nenê, mas confesso que me entristece e preocupa receber, como temos recebido
dia após dia nas últimas semanas, inúmeras manifestações de eleitores
insatisfeitos e decepcionados. De início, refleti levando em consideração a
situação do prefeito, preocupado em solucionar as catástrofes causadas pelas
chuvas logo na primeira quinzena do ano, mas algo de impacto precisa acontecer
logo.
Permita-me neste
momento fazer uma comparação com duas cidades próximas: Dourado e Trabiju. O
prefeito Luiz Antonio Rogante Júnior (PP), aparentemente, é o que se espera de
um chefe do Executivo, autoridade máxima do município. Chegou, fez uma mudança
radical e colocou ordem na casa, e está trabalhando e MOSTRANDO seu trabalho
para quem quer ver, recebendo elogios até mesmo de seus opositores políticos. Com
Fabrício Donizetti Vanzelli (DEM) não foi diferente.
Aqui em Ribeirão
Bonito, no entanto, se sabe apenas nos bastidores que o prefeito tem viajado,
mas os motivos e os frutos de suas viagens não são divulgados. A população cobra
alguma ação, pois não visualiza absolutamente nada na cidade. Disse e repito:
algumas críticas são, sim, muito pesadas e desnecessárias, mas não podemos ser
hipócritas ao ponto de afirmar e considerar que tudo está uma maravilha, pois
não está, pelo contrário. A situação que podemos analisar é horrível.
Falta experiência
política por parte do prefeito? Sim, claro, mas esta não será adquirida ao lado
de pessoas que não se esforçam para transmiti-la a ele. Nenê Forte necessita de
uma equipe que leve seu sobrenome: forte. Uma equipe de assessores preparados e
capacitados, com competência em administração pública reconhecida, que se
engajem diariamente em desempenhar suas funções de acordo com seus cargos, e
que o aconselhem com visão realista e positiva, não pessimista.
Durante uma pesquisa
rápida para escrever este artigo, fui esbofeteado com informações que
desconhecia. Recentemente foi publicado no BMR sobre veículos escolares
danificados por vândalos e, na oportunidade, mencionado que não era a primeira
ocorrência. Pois vocês sabiam que há verbas anuais específicas para que haja monitores
em ônibus escolares? Segundo uma fonte, há! Eu não sabia, mas acredito que a
assessoria da prefeitura deveria saber e, se sabia, por que não foi atrás?
Meditando sobre como
redigir este texto já há algumas semanas, me aconselharam a não fazê-lo para “não
acabar me prejudicando”, e não partiu da administração. Por outro lado, prefiro
“me prejudicar”, como disseram, do que ver Ribeirão Bonito prejudicado com essa
situação estática em que se encontra. Um município “pobre, paupérrimo”, como
foi dito por diversas vezes na Câmara, e sem visão de futuro no momento em que
vários projetos já poderiam e deveriam estar em prática.
Sinto que o prefeito
tem boa vontade, mas volto a dizer que grande parte da população QUER VER algo
de impacto. Não divulgar o que a administração estaria fazendo por receio de
que venha a dar errado é, no meu modo de entender, uma visão retrógrada,
equivocada. E não é por falta de procura, pois vários meios de comunicação já
entraram em contato com a prefeitura para divulgar suas ações, todavia,
acabamos encontrando notícias de nossa administração em outras cidades.
Quero crer que o
nosso prefeito esteja consciente de suas ações e de tudo e todos que o cercam.
Espero e faço votos de que ele desempenhe o seu papel lutando pelos seus ideais
e buscando conhecer o que porventura não conheça através dos meios corretos. O
prefeito de Ribeirão Bonito é o Nenê Forte, portanto, compete a ele administrar
o município e formar sua equipe, não a outro. Concluo que quando todos falam a
mesma coisa de algo específico, o problema não está em todos, mas apenas e tão
somente naquilo que é criticado e que, desta forma, deve ser revisto.
*Marcel Rodrigues Ferreira de Almeida é colaborador voluntário
na Rádio BJ FM e no jornal “Correio D’Oeste”, e responsável pelo “Blog Marcel
Rofeal – BMR”.
Um comentário:
Marcel,
Perfeita a sua cobrança, como é também a da população que fica impaciente e com toda a razão quer saber mais sobre os rumos de nossa cidade. Tenho notado que o prefeito Nenê tem dedicado parte de seu tempo com viagens para São Paulo e Brasília à procura de recursos para Ribeirão Bonito, o que é certo e louvável.
Critico sim a falta de informação, pois a população precisa saber o que o chefe do Executivo faz em suas viagens. Essa cobrança vem desde a administração passada, e pelo que vejo, nesse aspecto não avançou. É importante, a divulgação através dos meios de comunicação ou até mesmo em audiências públicas, não tem outra forma da população receber informações.
Concordo também que a EQUIPE de governo tem que estar em sintonia com o Prefeito, caso contrário será um verdadeiro desastre. Os cargos de confiança, o próprio nome diz CONFIANÇA, tem que ser exercido por pessoas capacitadas que possam colaborar de forma ativa com o prefeito que delegará poderes a eles, pois serão de confiança.
Sabemos que o Nenê deverá ter o compromisso de pagamentos com alguns precatórios que estão pipocando na prfeitura. Um deles deve chegar a soma de R$480 mil, referente a área do Aterro Sanitário. Outros dois, somam perto de R$ 310 mil que são ações trabalhistas, e um último mais R$ 400 mil de uma empresa de comunicação. É claro que o valor é alto e acaba atrapalhando os investimentos com a cidade, nem porisso justifica uma certa morosidade em mostar atitudes administrativas que vão ao encontro dos anseios da população. Alguns problemas mais urgentes estão aparecendo como a falta de remédios e a preocupação com a possível falta de ambulâncias. Temos notícias, e não de forma oficial, de que a atual administração está "fazendo caixa" para pagar os precatórios. Ótimo, porém a cidade não pode parar. O prefeito tem um plano de governo e deve seguí-lo. O PPA deve ser apresentado em breve, é o que manda a Lei. Enfim, confio que a atual administração possa equacionar os problemas existêntes e ao mesmo tempo mostrar para a população que a cidade irá continuar a se desenvolver. É apenas o começo de uma administração, o que nos leva a sermos mais cautelosos.
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