Segundo parlamentares, há fortes indícios de
irregularidades em obra
Marcel Rofeal, de Ribeirão Bonito
Fotos: Marcel
Rofeal/BMR
Os trabalhos da
Comissão de Assuntos Relevantes aberta pela Câmara Municipal em abril para
apurar denúncias relativas à construção de uma escola no Jardim Centenário
foram concluídos e o relatório deve ser apresentado na próxima segunda-feira
(20) em Ribeirão Bonito. De acordo com o presidente da comissão, Manoelito da
Silva Gomes (DEM), há fortes indícios de irregularidades e uma nova comissão
pode ser instaurada na próxima reunião dos parlamentares.
As investigações tiveram
início com base em denúncias anônimas apresentadas em janeiro durante reunião do
Conselho Comunitário de Segurança de Ribeirão Bonito. De acordo com o Conseg,
com o conteúdo indica problemas estruturais, como reboco em queda, calhas
amassadas, esgoto sem saída por gravidade, e condutores de água sem braçadeira
e fora de prumo. O texto aponta ainda que a escola foi construída em um buraco,
sobre um tanque de água e que já precisa de reforma.
Diante das denúncias,
uma audiência pública foi promovida na Câmara em 10 de fevereiro e contou com a
presença de cerca de 30 pessoas. Após esclarecimentos técnicos do Departamento
de Obras e Serviços Públicos quanto à estrutura e sobre o cronograma da obra,
um grupo de moradores voltou a se reunir na manhã seguinte para uma visita ao
prédio. Com representantes do Executivo e da imprensa, o grupo percorreu todas
as dependências da futura unidade de ensino fundamental.
Na Câmara, mesmo com
a informação de que as denúncias seriam infundadas, o vereador Manoelito da
Silva Gomes (DEM) propôs a abertura de uma comissão para averiguar a situação
das obras e a CAR foi aprovada por unanimidade. Documentos foram solicitados ao
Executivo e encaminhados aos parlamentares membros da comissão – além do presidente
Manoelito, participam dos trabalhos José Sebastião
Baldan (PMDB) e Joseilton de Jesus (PSDB).
Segundo Gomes, na
abertura da CAR, “ninguém aqui está dizendo, muito menos eu, que há irregularidades.
Montou a comissão, não houve irregularidades? Parabéns, fez obrigação. O
dinheiro é público”. Quatro meses depois, na prorrogação das investigações,
voltou à tribuna e declarou que “se tiver alguma irregularidade, nós vamos a
fundo. A ferida vai doer”. Já na última sessão ordinária, do dia 6 de outubro,
Manoelito voltou a falar sobre o tema na tribuna da Câmara.
Para o parlamentar,
há fortes indícios de irregularidades na obra, como o piso e luminárias que
teriam sido pagas, mas que não existem. Segundo ele, a comissão contou com o
auxílio do vereador Luiz Marcelino dos Santos Pallone (PSB) e do presidente da
Câmara Dimas Tadeu Lima (PT), que também visitaram a escola. Ainda de acordo
com Gomes, o relatório pedirá a instauração de uma Comissão Especial de Inquérito e será encaminhado ao Ministério Público Estadual.
Em meio à sua
explanação, o parlamentar não permitiu aparte ao vereador Marcelo Antonio
Lollato (PMDB), que pretendia comentar o assunto. Ainda na tribuna, Gomes
afirmou que é importante que a população participe da próxima sessão ordinária,
a partir das 20h da próxima segunda-feira (20), para, segundo ele, ver qual
vereador vai ser contrário à abertura da CEI. “Eu peço com clemência, eu
conclamo a população que participe da sessão do dia 20 de outubro”, finalizou.
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