Obra se arrasta por quase cinco anos e recebeu
investimento estimado em R$ 6,5 milhões; Câmara investigou o caso em duas
comissões
Marcel Rofeal, de Ribeirão Bonito
Fotos: Arquivo/BMR
O Ministério Público do
Estado de São Paulo, por meio de sua representação na Comarca de Ribeirão
Bonito, decidiu instaurar um novo inquérito, desta vez para apurar possíveis
irregularidades no processo de construção da Escola Municipal “Prefeito Rubens
Gayoso Júnior” no Jardim Centenário, em Ribeirão Bonito. De acordo com o MP, a
investigação foi aberta com base nos relatórios de duas comissões que apuraram
o caso no Legislativo nos anos de 2014 e 2015.
Segundo o MP, a qualidade
dos serviços executados na obra, o material usado em conflito com o que havia
sido contratado e a existência de notas fiscais atestando a instalação de
sistemas inexistentes no local justificariam a necessidade de uma nova coleta
de informações sobre o caso. No Legislativo, em relatório apresentado em junho
de 2015, a Comissão Especial de Inquérito (CEI) que apurou o caso decidiu, por
dois votos a um, arquivar o processo por falta de provas.
Na época, o relatório
que motivou a abertura da CEI, ainda em outubro de 2014, apontou negligência da
administração pública e má gestão do contrato, entre a Prefeitura e a empresa
vencedora do certame licitatório, conforme conclusão da Comissão de Assuntos
Relevantes (CAR), e do dinheiro público. Em seu documento final, a CEI
ressaltou a existência de indícios de irregularidades, mas afirmou que não havia
provas de má-fé na gestão do projeto e de irregularidades no processo.
Para o Ministério
Público, a Prefeitura deve encaminhar, em até 30 dias, cópia integral da
licitação, as justificativas e explicações documentadas acerca das
irregularidades apontadas pela Câmara e qual o prazo para conclusão da obra,
bem como sua justificativa em caso de atraso. Também o Legislativo terá até 30
dias, a partir da notificação, para encaminhar cópia integral dos relatórios e
documentos produzidos durante os trabalhos da Comissão Especial de Inquérito.
Caso – Denúncias
anônimas de possíveis irregularidades na obra chegaram ao Conselho Comunitário
de Segurança de Ribeirão Bonito em janeiro de 2014 e motivaram a abertura da
primeira comissão na Câmara três meses depois. Após seis meses de investigação,
o Legislativo decidiu instaurar um novo processo e chegou a ouvir depoimento do
ex-prefeito Paulo Antonio Gobato Veiga (PTB), que iniciou a obra, e do então
prefeito Wilson Forte Júnior (PMDB), que deu sequência.
Orçada em aproximadamente R$ 6,5 milhões, a construção
da nova escola teve início em maio de 2012, durante o mandato do ex-prefeito
Paulo Veiga, e previa a construção de 23 salas de aula, setor administrativo,
sanitários e biblioteca. Segundo o projeto original, a unidade teria capacidade
para 1,5 mil alunos, que seriam transferidos de outras duas escolas da cidade,
e também contaria com anfiteatro e complexo esportivo, com minicampo, quadra de
esportes e até piscinas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário